Desde Frederick Taylor, considerado "o pai" da Administração
Científica, que a ciência da
administração e da gestão de pessoas no trabalho vem sofrendo uma evolução sem
precedentes.
Para Taylor, a primazia recaía na tarefa. Homem-tarefa-ferramenta. Cada um procurava executar, com o máximo de destreza, a tarefa única que lhe era incumbida, chegando a executá-la de olhos fechados; a produção industrial ganhava corpo. Charles Chaplin satirizou essa época.
Henry Ford, fundador da Ford
Motor Company, e o primeiro empresário a aplicar a montagem
em série de forma a produzir
em massa automóveis em
menos tempo e a um menor custo, encarou o homem como ser pensante, social, com
desejos e anseios. Teorizou que o homem devia ser o centro da atenção e não
apenas a tarefa e a ferramenta de trabalho.
Já Max Webber, considerado um dos fundadores do estudo sociológico moderno, foi mais além, afirmando: “O homem formado, capacitado, motivado e remunerado à medida do seu desempenho é factor de produção e criação de lucro que proporciona o crescimento das organizações e das sociedades”. Porém, que tal se os procedimentos para a execução da tarefa fossem descritos em uma pauta, de tal sorte que qualquer que venha contratado possa executar a mesma tarefa sem desperdício de tempo para a aprendizagem e sem margem para grandes erros na execução da actividade que estava acometida a uma outra pessoa? A pauta ou a sistematização de Webber constitui-se num avanço à ciência da administração.
Olhando para esse percurso histórico de mais de três séculos, notamos, entretanto, que todas as teorias não se anulam entre si. Antes, se complementam.
O pensamento moderno leva-nos a valorizar a equipa ou o grupo. Tanto mais que em muitas organizações fazem-se contratos de trabalho em grupo, criam-se organizações que velam pelo grupo, e mesmo na realização de tarefas a primazia vai para o trabalho colectivo, cujo resultado deve ser mais do que a soma de todas as partes (cada uma tem tarefas específicas, interage com outros integrantes da equipa, comparticipa noutras tarefas, sugere, etc.).
Mesmo assim, o foco na tarefa, de Taylor, não ficou ultrapassado, pois, nos dias que correm, escasseiam pessoas que executem tarefas no tempo certo, com o resultado ansiado e sem inundar o líder de exigências e questionamentos prévios.
Essa reflexão induz-nos a revisitar o livro de Elbert Hubbard “Uma carta para Garcia”, que é somente um dos cinco livros mais vendidos em todo o mundo:
“Estava-se em finais do século XIX, e desenvolvia-se a luta pela emancipação de Cuba. Os Estados Unidos estavam em guerra com a Espanha (potência colonizadora de Cuba). Garcia era o general cubano revoltoso contra Espanha, suposto aliado dos EUA que também guerreavam Espanha por uma outra causa. Com a Espanha sufocada, os EUA pretendiam encontrar Garcia que se encontrava incerto nas montanhas interiores da ilha. Que fazer? O Presidente dos EUA precisava de um emissário que levasse a carta a Garcia que se achava em sítio incógnito. O homem que lhe foi apresentado, simplesmente pegou a carta, a impermeou, pegou numa canoa e, onde não pôde navegar, meteu-se no sertão até encontrar Garcia”.
Quantos de
nós ainda cumprem tarefas sem questionamentos e exigências prévias?
Homens assim, que “levam a carta ao Garcia”, são ou não imprescindíveis à organização?
Homens assim, que “levam a carta ao Garcia”, são ou não imprescindíveis à organização?
“Uma carta
para Garcia” é também a nossa sugestão complementar de leitura.
Escrito para e publicado pelo InfoGeoMinas, enquanto Dir do GRH
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