Dois casais amigos decidem ser inovadores nas célebres
trocas de presentes que se verifica no dia dos namorados.
Luó e Mavoyo decidiram não cair nas extravagâncias
doutros tempos e, vivendo um período de contenção, acordaram em fazer a troca
de presentes na hora do pequeno-almoço. Na verdade, o presente seria um bem
alimentar que normalmente se usa na refeição.
Maludi e Cácata, outro casal, sabendo do plano dos amigos
pensaram numa maior ousadia: cada levaria ao local combinado para a troca de
presentes uma ideia inovadora para gastar menos e arrecadar mais.
Chegados a 14 de Fevereiro, dia dos namorados, Luó, jovem funcionário
público, levou à mesa um pão de leite forrado e decorado. Mavoyo, uma estudante
de antropologia, abriu a gaveta da mesa e retirou, coincidentemente um pão que
havia comprado e guardado de véspera. Era um casal recém-unido e que vivia
ainda sem filhos. Ambos apreciaram a coincidência e a simplicidade dos presentes
que, de tudo, foram inovadores na nova forma como abordavam a a gestão da
economia doméstica e a poupança que se
impunha.
Do outro lado da Avenida, Maludi que ainda não se juntara a
Cácata combinaram um encontro no jardim da cidade, meio caminho das casas de
ambos. Sem dinheiro, Maludi leu um livro “Ideias que valem milhões” e compilou
uma com que se decidiu em presentear a namorada.
- Ela estuda economia e sei que mais do que coisas ela vai gostara
da ideia que pode dar-lhe variadíssimas coisas no futuro. – Disse para si
mesmo.
Cácata tinha participado de uma formação sobre Micro Finanças
e Economia doméstica e não teria outro presente a dar ao namorado senão “Como
gerir o pouco e fazê-lo crescer”.
Como é próprio de namorados, o encontro, no jardim, foi
regado de beijos e abraços. Falaram sobre o presente e sobre o seu futuro. Na
hora da despedida que corresponderia a troca de ideias, Cácata, a jovem, pegou
num envelope em que estava a sua sugestão para que Maludi gerisse melhor o seu
ordenado e o fizesse crescer. Maludi fez o mesmo. Sugeriu que a sua amada “ressuscitasse as valências adormecidas e
abrisse um centro de superação de dúvidas já que tinha o sonho de ser
professora e já o fazia de graça”.
Luó e Mavoyo trocaram
pães e cada ficou com um pão. Maludi e Cácata trocaram ideias e cada ficou com
duas ideias. A que preparou para oferecer e a que recebeu de presente. Em tempo
de crise é importante trocar ideias.
Essa nota introdutória
remete-me ao meu bloco de notas para rebuscar as principais ideias trocadas na
palestra sobre Gestão de Economia Doméstica, realizada no Ministério da
Geologia e Minas e que foram oradores os economistas António Kibonda e Lourenço
Kibonda. Eis algumas ideias:
A)
CRISE: para os japoneses e chineses significa PERIGO
e OPORTUNIDADE. Logo deve ser aproveitada como oportunidade para fazem melhor.
B)
Fazer a coisa da mesma forma não produz
resultados melhores. Hoje, a mesmice produz já resultados menores.
C)
Ao gastar é preciso definir prioridades.
D)
Para definir prioridades é importante
Planificar, Disciplina no cumprimento do planificado e Determinação que se pode
traduzir em resiliência ante a tentações de adquirir o que não esteja no plano.
E)
É importante ir às compras com uma lista de
necessidades e valores para cada item, resistindo à compra de produtos
periféricos que podem desestruturar o plano de compras.
F)
O crédito e o parcelamento são as melhores
formas de pagamento numa economia devidamente estruturada.
G)
Antes de comprar deve colocar-se as perguntas:
(i) - preciso realmente disso? (ii) - posso comprar?
(iii) - tem de ser agora? (iv) – a compra tem de ser agora?
(v) – existe um produto alternativo mais barato?, (vi) – a despesa está
planificada?
H)
Em tempo de crise, CRIE. Altere as
prioridades e mantenha os valores (princípios). Priorize as aptidões adormecidas.
Saia da área de conforto, pois,
I)
Quem não estabelece prioridades
desperdiça oportunidades.
J)
Para medir o grau de prioridade, avalie o
grau de Importância e de Urgência.
Faça
como Maludi e Cácata. trocaram ideias e cada ficou com duas ideias em vez de um
presente apenas. Cultive-se e circule informação.
=
Nota: texto publicado pelo Jotnal de Angola a 19.02.2023
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