Passei pelo antigo Ngola Cine. Já era. Depois das suas sucessivas adaptações em
local para cultos religiosos, armazém comercial e outras utilidades sempre fora
do objecto pelo qual foram concebidas as instalações, ei-lo prostrado,
totalmente danificado, implorando por um cérebro atento ao seu objecto social,
legado histórico e aos novos tempos.
É obvio que os cinemas mono-funcionais do século passado, com uma administração
tradicional e estática, ja não atendem as exigências de hoje em que a
digitalização é um recurso imprescindível. Porem, sendo os cinemas importantes
espaços de recreação, aprendizagem e lazer, por que não uma gestão inovadora
dos espaços, conferindo-lhes valor agregado? Restaurantes ao bolso dos circunvizinhos, salões de cabeleireiro e estética, jogos
interactivos, lojas de conveniência, cafés e charcutarias, espectáculos de
teatro, dança e música, entre outras valências, podem dinamizar as velhas salas
de cinema que devem também passar de espaços abertos a fechados. A par disso,
devem ainda, onde seja possível, serem criados espaços para estacionamento,
facilitando assim a vida dos utentes.
Cinemas como Ngola, Kipaka, S. Joao, S.
Domingos, Tivoli, Korimba, África, Kilumba, etc., em Luanda, são exemplos de
casas que já deram alegrias a muitas gerações e que estão neste momento
inoperantes e ou transformados em outras coisas fora do escopo cultural e da
exibição de películas.
Quem me dera voltar ao Ngola Cine e assistir ao filme "Njinga a rainha de
Ngola"?!
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