Em 2001, numa
entrevista que fiz ao ja finado artista musical Teta Lando, nas obras do que
viria a ser o seu empreendimento hoteleiro, junto a antiga rotunda da peixeira,
à entrada do Hotel Marinha, dizia-me o artista que "estava a enterrar
naquelas infra-estruturas os seus 50 anos de labor".
Há já 8 anos que não voltava a "Ilha" de Luanda e o meu espanto foi
ter desencontrado o "cemitério" do suor de Teta. A pensão foi destruída
como consequência da requalificação da área. Embora seja obvio que ele, Teta
Lando, ou os herdeiros tenham sido indemnizados,
do ponto vista afectivo, uma casa feita tijolo a tijolo e com agregação
comercial, não é a mesma coisa que a substituta. Na construção da pensão, Teta foi
o dono e fiscal da obra.
Esse exercício é tão somente um olhar ao crescimento desmesurado do betão na península dos "an'azanga" onde, depois das cabanas dos pescadores terem cedido a construções de madeira e pequenas ou médias moradias em alvenaria, essas ultimas vão, de igual modo, cedendo espaço à construção cada vez mais vertical. Daí ser meu entendimento que não é demente quem diga, de boca cheia, que até meados do século, a "Ilha" será apenas prédios e avenidas nas duas margens. Tal é, inequivocamente, a tendência que vou vivenciando nos meus 30 anos de residente em Luanda.
Esse exercício é tão somente um olhar ao crescimento desmesurado do betão na península dos "an'azanga" onde, depois das cabanas dos pescadores terem cedido a construções de madeira e pequenas ou médias moradias em alvenaria, essas ultimas vão, de igual modo, cedendo espaço à construção cada vez mais vertical. Daí ser meu entendimento que não é demente quem diga, de boca cheia, que até meados do século, a "Ilha" será apenas prédios e avenidas nas duas margens. Tal é, inequivocamente, a tendência que vou vivenciando nos meus 30 anos de residente em Luanda.
Com a mesma velocidade, o betão vai crescendo na península do Musulu e demais
orla marítima onde quilómetros de extensão se encontram demarcados e, nalguns
casos, vedados com emergentes construções em aço e betão.
Fruto disso, as praias pública vão sendo empurradas para cada vez mais longe,
constituindo-se em autênticas viagens o contacto e desfrute das águas quentes
do Atlântico.
Se tudo é critica, nem toda é negativa. A vida é dinâmica e aquilo q desagrada à geração anterior e à minha pode orgulhar os homens do amanha que querem dar passos em direcção ao modernismo.
Se tudo é critica, nem toda é negativa. A vida é dinâmica e aquilo q desagrada à geração anterior e à minha pode orgulhar os homens do amanha que querem dar passos em direcção ao modernismo.
"Estagnar é morrer". A luta entre o paradigma dominante e emergente é
uma questão dialéctica incontornável, com vitoria para o novo pensamento. Desde que a inovação seja sustentável e propicie melhores condições para os
seres reinantes e vindouros, que venha!
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