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sexta-feira, junho 07, 2013

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA ELEVAÇÃO ACADÉMICA E CULTURAL DO ESTUDANTE

SUA EXCELÊNCIA…
DIGNISSIMOS ...
CAROS MEMBROS DO CORPO DOCENTE E DISCENTE
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES
É com elevada honra que saúdo suas Excelências ...
José Caetano, Fidel Manassa e Luciano Canhanga
A vossa presença, nesta cerimónia, traduz não só a importância que é dada por vós à formação das novas gerações mas também a vontade e empenho em contribuir para a resposta aos grandes desafios que se nos colocam na luta pelo desenvolvimento, quer na vertente técnica quer na vertente cultural.
Com a permissão dos digníssimos membros da mesa de honra, gostaria que me autorizassem a endereçar os meus agradecimentos a todos os presentes a esta augusta assembleia.
Dirijo uma palavra de especial reconhecimento à direcção da Escola Superior Politécnica da Lunda Sul pelo convite que me foi endereçado, e também pela oportunidade singular,  de pronunciar algumas palavras, ainda que modestas,  neste acto que assinala a constituição formal do Núcleo de Amigos da Leitura e Literatura desta província.
Os meus parabéns, e uma salva de palmas, a todos os autores desta feliz iniciativa.
Agradeço ainda à Sociedade mineira da Catoca que tornou possível a minha presença e em especial o meu ilustre amigo, o professor e escritor Luciano Canhanga.
Por tudo o que a Lunda-Sul e a sua riqueza cultural representam para Angola, para África e para o mundo, sinto-me orgulhoso e satisfeito por estar entre vós e ser testemunha deste vosso compromisso para com o desenvolvimento  multiforme dos seres humanos.
Luciano Canhanga: Coordenador do Núcleo
Confesso que o tema escolhido para comemorar a constituição formal do Núcleo de Amigos da Leitura e Literatura da Lunda Sul, deixou-me um pouco embaraçado.
Embaraçado, porque falar da importância da leitura na elevação do nível académico de um estudante, pode parecer uma tarefa fácil, mas acaba por ser complexo por tudo aquilo que somos chamados a dizer para corresponder às expectativas de uma audiência tão distinta  e com tanto interesse, como é precisamente a áurea de convidados aqui presentes.
Se, por exemplo, invertessemos as palavras e perguntássemos qual é o nível académico dos nossos estudantes, em termos de qualidade, e conhecimentos, comparativamente a outras épocas, ou a outros países, penso que perceberíamos melhor a complexidade do nosso tema. Ou, então, se perguntássemos aos vossos professores que respondessem, ainda que em segredo, se estão ou não satisfeitos com o vosso desempenho académico?
A maioria está satisfeita? Não está satisfeita?
E quais as principais fraquezas ou pontos fortes que os estudantes apresentam?
Não quero que respondam directamente. Gostaria apenas que dissessem se mais hábitos de leitura podem contribuir, ou não, para a busca de soluções para estes desafios.
Estou certo de que fazendo este pequeno exercício, será mais fácil mostrar as inúmeros vantagens que uma leitura metódica e sistemática para trazer para a nossa formação integral, o que equivale a defender, a sua importância para o aumento dos nossos conhecimentos académicos.
Plateia na ESPL-ULAN
Acredito que falar-vos do papel que a leitura desempenha no aumento constante do nível académico de um estudante, é falar também  da importância do estudo em duas perspectivas distintas, as quais considero ser:
Por um lado, o estudo metodológico das disciplinas curriculares e;
por outro, uma segunda espécie de leitura, que chamaremos de “Paralela”, e que consiste em cultivar mais conhecimentos, por acréscimo ao currículo da nossa formação específica. 
No primeiro caso, enquadramos o aluno num grupo avançado, mas médio, e diremos que ele será  tanto mais aplicado quanto mais ler e investigar sobre os conhecimentos que o professor transmitir para a aprendizagem de um curso específico;
No segundo caso, teremos  uma aluno que ultrapassa a média geral e não se preocupa apenas em ESTUDAR PARA TRANSITAR DE CLASSE , mas que, antes pelo contrário, aumenta o seu nível de conhecimento e se preocupa em alargar a sua cultura geral a outros horizontes.
Acho que estes dois exemplos são o que nos interessa trazer em debate, hoje.  
A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, no seu Vol. 10, nas páginas 36 e 37, define o Estudante como “aquele que estuda e é aplicado”, com interesse em áreas sociais e associativas. E mostra ainda que ao lado do estudante existe o ESTUDANTECO que se define como o aluno ordinário com fraco rendimento escolar.
Quando falei pela primeira vez em estudantes,  realcei o exemplo particular dos que dedicam uma percentagem das horas livres e dos momentos de lazer para investigar e aumentar conhecimentos noutras áreas da vida económica, social, cultural ou literária, através da leitura.
Antes de continuar, queria que olhássemos um pouco para o interior, a realidade, do nosso país e para aquilo que nós somos, como a principal riqueza de Angola.
Somos um país em crescimento, mas ainda pertencemos à categoria dos países subdesenvolvimentos ou em vias de desenvolvimento. Em termos de tecnologias, transformação da matéria prima, exploração e  distribuição dos recursos naturais e qualificação profissional dependemos, largamente da cooperação e da assistência estrangeira.
Somos um país soberano e politicamente independente, mas do ponto de vista do desenvolvimento científico não podemos dizer que temos hegemonia! Numa classificação de 100 países, ocupamos a 80º posição mundial, segundo o relatório das Nações Unidas sobre o desenvolvimento humano. Temos problemas básicos como o acesso e distribuição da água potável e da energia. Também temos problemas de organização social e administrativa.

J.Caetano: numa turma de Dto. Inst. Sup. Lusíada da L. Sul
O ensino em Angola está em desenvolvimento, nascem novas universidades e cresce o interesse dos jovens em adquirir uma licenciatura, mas falta-nos a excelência da qualidade, da pesquisa e da investigação.
A pergunta que eu quis fazer com esta pequena análise é a seguinte:
O que se espera e qual o perfil que um estudante deve ter, para que Angola possa reduzir esta dependência, em termos de uma maior qualificação académica dos quadros, num futuro próximo? Quais devem ser as nossas prioridades, metas e exigências no domínio do conhecimento geral?
Voltamos ao nosso tema sobre a importância, decisiva, da leitura na elevação do nível académico dos nossos estudantes.
Dissemos explicitamente que cada estudante que não lê e não se aplica no estudo, está a contribuir indirectamente para que Angola aumente a sua dependência exterior; se atrase em relação ao exterior e perca a corrida para o desenvolvimento;
Afirmamos sem receio de errar que cada estudante sem rendimento escolar, é uma pedra a menos na nossa luta contra a fome e a pobreza; é um peso contra a nossa capacidade de maior raciocínio e compreensão das politicas de desenvolvimento. Em resumo, quero dizer que uma população sem hábitos de leitura é uma população mais exposta á ignorância, à doença, às convulsões sociais , ao comportamento bizarro e a toda a esta tragédia e violência que testemunhamos através da rádio, da televisão e dos jornais.
Concluímos com as vantagens da leitura, como fonte de solução dos nossos problemas. Considero que através da leitura aprendemos novos conhecimentos e tornamos mais fácil a compreensão da nossa realidade, por mais complexa que ela seja. A leitura, como pesquisa, é meio caminho andado para  a busca de qualquer solução.  Quem tem hábitos de leitura, aprende a argumentar, corrige as suas fraquezas e melhora o seu raciocínio.
 
Muito Obrigado
José Soares caetano,
Saurimo, 06.06.2013 

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