Sons estranhos vozeiravam em mim. "Kota, não vale apenas só. Vai p'ra casa, prepara tua prova e aprecia uma "kisângwa".
Procurei não ceder e o lado corajoso se sobrepôs, apelando-me ao foco no resultado e não no desafio.
Quando, ofegante, a meio do percurso, sem saber se continuava ou desistia, com os vasos nasais a se mostrarem demasiadamente estreitos para levar aos pulmões a quantidade de ar que estes demandavam, abri a boca e levei-a mais próxima dos pulmões. Foi como se um veículo 4×4 tivesse ligado o turbo.
A minha resposta foi curta e incisiva: Perante uma prova aparentemente difícil, foque-se no resultado e não no desafio!
Mais um vez, cansado, mas realizado, já no sopé e enquanto esperava pela chegada do Uber, encostei-me a um rochedo, tal qual George Washington, após a travessia do rio Mississipi, mas, não fazendo perguntas como ele, fiquei a pensar na (im)possibilidade de termos também andarilhos nas nossas serras e montanhas para "entreter" turistas e amealhar alguma pecúnia que muita falta nos faz. Vieram-me à cabeça todas as montanhas da minha infância e puberdade como o Morro do Moco, o Luvili, o Manyangwa (entre Muxixi e Lususu, cuja cordilheira se estende ao Kitumbulu), a Serra da Leba, a encosta do Cristo Rei (Lubango) a Tundavala, a Serra das Neves, o morro do Tongo, as montanhas do Kabutu (Kuteka ao Kikole), a Phaka (Kisongo), o Kalyematuji (Kalulu), o Lupange, o Morro do Xingo, as Serras da Kanda e Kusu e tantas outras elevações escaláveis.
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