1- A pedra "é" do MPLA!
Está escrito e tem sido dito, vezes sem conta. É assim que os passageiros de moto-táxi ou acaba-de-me-matar respondem quando ficam no intervalo entre Kondé e Hebo.
- Ficas aonde?
Nisso de fazer campanha e mostrar o símbolo do Glorioso aos adultos e jovens do amanhã, o Hebo me parece estar bem. Falta saber o que fazem os homens do Partido na EN 240, segmento Kibala-Musende, sobretudo na área do Gango.
- Kenhê que manda naquela jurisdição?
2- Os postes metálicos em tripé achados na via Kibala-Karyangu, contam os locais, "deviam levar energia da sede municipal à comunal". Quando estivesse construída a mini-hídrica de Karyangu (que continua no papel), "a mesma linha levaria a luz de Karyangu à Kibala", acrescentam amwalyakime.
Veja como estão?
O mesmo se diz dos postes de betão que ligavam a Kibala ao Kondé (Hebo).
Alguns fizeram a guerra para a suposta "(in)dependência total" sem pensar em ou desejar um futuro de luz e com luz!
Felizmente, há sinais de descarga de postes de betão (média tensão) na rodovia Kibala-Musende. Em breve serão implantados no solo, ao que se seguirão outros trabalhos como a montagem de cabos e construção de centrais eléctricas de despacho, recepção e distribuição.
3- Musende seria o meu ponto de paragem, mas não o destino final. Grafo sempre como reclamo que devia ser nas línguas angolanas de matriz africana, no caso da região o Kimbundu. Musende foi, porém, o ponto culminante, ou melhor, encontrei "a porta fechada".
Indagados sobre o estado da rodovia que me levaria a Malanji (135 Km), os jovens que preferem frequentá-la de moto disseram-me:
- kota, essa via está péssima.
Recuei e meti-me na que vai ao Kwitu (295 km). A resposta deixou-me segundos petrificado, sem força para premer o acelerador.
- Kota, esta está pior do que a de Malanji.
Olhei para as poucas horas que me restavam, antes da despedida do sol, e fiquei a pensar, a me questionar sem respostas.
- Ngibanga kyebi?
- Ndilinga ndati?
- Ngiditela kwebi?
- Ndenda pi?
4- De volta à EN 240, os rápidos do Longa, na sede de Karyangu, e a antiga ponte assente em base de pedra e plataforma metálica (a plataforma original foi deitada água abaixo pelos dinamitadores de costume) convidam-me para o deleite. Conferi estórias ouvidas à realidade vivida. Mas é já próximo de Kibala que um motoqueiro me impede a ultrapassagem. Carregava atrás um "fardo" circular com perto de sessenta centímetros de diâmetro. Eram enormes cogumelos que levariam, sem dúvida, alguma alegria à panela, ao prato e ao estômago.
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