Nos meus tempos de garoto, quando dois miúdos ou miúdas de idades diferentes não se respeitassem como mandam os hábitos, os mais velhos deixavam (num ambiente de neutralidade total) que os adversários medissem forças ou "capacidade".
Uma peleja aberta, sem que alguém pusesse "colher", até que o mais fraco apelasse por perdão do mais forte, ao que os mais velhos entravam a apaziguar, reconhecida a vitória de um sobre o outro.
Tal peleja abria um novo tipo de relacionamento entre os oponentes que passava de adversários (se desafiando) à submissão respeitosa por parte do mais novo/fraco e tratamento igualmente respeitoso (meu mais novo) da parte do vencedor.
Uns eram tidos como "dikota" porque "bilavam bwê). Não eram "dikota" por causa da idade. A "pulungunza" também ditava regras de coabitação social.
"Deixem se medir capacidade e ninguém acode", fosse no primeiro "kibeto" ou na busca de desforra.
- A Rússia e a Ucrânia estão a se "medir capacidade bélica"?
- Deixem-nos lutar, sem se imiscuir. A neutralidade é aqui chamada. Nossos "bilos" aconteciam, regra geral, quando fôssemos à caça ou à pesca.
Quando os russos e ucranianos terminarem a peleja, alguém vai tratar o outro por "mano", surgindo uma nova ordem regional.
Jogar areia nos olhos de um dos lutadores, molhar o espaço vital dele, pôr kibyona e outras malabarices é inclinar o campo.
Deixem "se medir capacidade" e curem-se, posteriormente, as feridas do perdedor e do vencedor!
Perante uma situação análoga de conhecida intransigência entre os contendores, a minha mãe diria: deixe-os lutar para se respeitarem!
Sem comentários:
Enviar um comentário