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terça-feira, junho 09, 2015

A DIFICULTADORA DO FÁCIL


Em 31º lugar, do Top 100 Grandes Sul-africanos, Oliver Reginald Tambo, nascido em 1917 e Falecido em 1993, foi um político anti-apartheid sul-africano e figura de destaque do ANC) que lidera o país do arco-íris desde a queda dos segregadores de Apartheid. Tambo e Nelson Mandela foram membros fundadores da Liga Juvenil do ANC que em 1943 decidiu passar das simples petições ao governo segregacionista aos boicotes, desobediência civil, greves e a não-cooperação, valendo-lhes várias reprimendas de um governo agressivo, sem compaixão e que pretendia ver o negro sul-africano sempre debaixo da bota da minoria branca.
Ao "homem do Cabo Oriental" os Sul-africanos homenageiam com a atribuição do seu nome ao imponente aeropoerto de Joanesburgo. Se não fosse a manha duma conterra mwangolê duma empresa prestadora de serviços à SAA, teria tido uma viagem despreocupada. Tudo à hora, sem o “talvez” de outras companhias, algumas de bandeira.
Mal eu desconfiava que aquela cara tristonha tinha alguma surpresa desagradável e não tardou mandar-me pôr a mochila à balança.
- Deve ter apenas entre oito a 10 quilos, procurei convencê-la ao que não foi na cantiga.
- Está bem, vamos pesá-la e depois saberás se é para despachar ou levar em mãos.
Dez quilos batidos, sem mais nem menos gramas. Convencido de que levaria comigo a mochila, a moça corta o ticket de bagagem e põe  a mochila a rolar para o despacho.
- O voo será pequeno e por isso são permitidos apenas oito quilos. - Argumentou sem convicção.
Fiquei bwamado. - Oito quilos? Nem já no avião do meu serviço que é embraier 145 despacho esssa mochila. Será que a SAA vai voar hoje com Kazabula? - Questionei, sem que dela obtivesse resposta plausível.
- Moço já disse que é avião pequeno. Se tem computador tira já a mochila vai ser despachada. - Disse possuída de poder e arrogância.
 Dei meia volta e comecei a marcar os passos em retirada, procurando sorver um ar fresco que me oxigenasse a alma maltrada. Dentro de mim, à medida que fui pensando na figura cujo aeroporto me receberia quatro horas depois, vieram-me também ideias sobre como seria aquela moça se fosse uma branquela, filha de boers, no país do sol nascente e no tempo em que Mandela, Walter Sisulu e Oliver Tambo desafiavam os cassetetes e as balas dos opressores. Teria sido, com certeza, mais uma das que não se cansaria de lavar as mãos de sangue alheio. Preferi chamá-la apenas nas minhas viagens ao pensamento por a dificultadora do facilitado, nome que lhe cai à medida.
...
Continua
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Obs: crónica integral publicada pelo Semanário Angolense de 21 de  Junho de 2015. 

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