São bípedes. Preferem, entretanto circular sobre quatro ou mais rodas em dois os mais eixos. Os novos herbívoros já foram grandes apreciadores de carne, em tempos de vacas magras, e agora, eles todos gordinhos submetem-se às ervas, à mesa ou fora dela.
Onde quer que estejam, distinguem-se das duas classes de mamíferos com que se aparentam: diferentes do homo sapiens sapiens porque este pensa antes de agir e conserva um termo que se chama moral. Única semelhança com o homo sapiens sapiens tem a ver com o gostar de valores. O homem sábio moderno conserva valores que modelam a sociedade. O novo herbívoro não. Gosta de valores monetários com os quais se exibe na “aquisição de ervas”: As que leva à mesa e a que leva ao passeio. Os “novos seres”, em descrição, são também diferentes dos demais herbívoros porque estes ruminam e o novo “animal” que vou descobrindo em Angola não o faz. O novo herbívoro alimentava-se e alimentava socorrendo-se de folhas da “árvore George Waxing Tony”, a mais cara e bela do planeta terra.
Tal como as executivas do protocolo, os novos herbívoros andam divorciados dos valores e, quando ouvem soar este termo pronunciado pelos homens, seus aparentados, apenas lhes vem a ideia de pecúnia.
Intitulam-se pomposamente de “boi velho” e, como tal, dizem, “preferem capim fresco” que devoram desalmadamente, de dia, de noite e em horas esquivas. Tão longos têm sido os seus pastos que deixam as florestas caseiras desprotegidas de predadores de sua e doutras espécies. Casa desprotegida, oportunidade para ladrão. Ou não será?!
Nos seus discursos de ocasião, não se coíbem de apregoar: boi velho faminto, relva fresca devastada!
Os novos vegetarianos, também apelidados de “suga-mangas” são fáceis de identificar e localizar. Vá à praça do divórcio. As maratonas, em qualquer largo do bairro, têm sempre uns disfarçados ou ostensivos. Vá à Ilha seca do zango. E se quiser ver os “de quialidade”, faça-se passear ao Musssulo, adentre os lodjes e os hotéis de classe elevada. Até no aeroporto você os encontra prontos a voar para as casas de campo que embelezam as fazendas ou para turismo no estrangeiro.
É essa a nova classe de herbívoros. Um cancro a combater?!
Texto publicado pelo Jornal de Angola a 17 Set/2017
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