Nota prévia:
Discutíamos
de forma saudável e urbana sobre a impertinência de, na próxima legislatura se
poder ou não rever a Constituição da República e "acomodar" o
principio da eleição dos deputados pelo ciclo provincial em função da
proporcionalidade do seu número de eleitores. Dizia eu que "não fazia
sentido que o Bengo eleja mesmo número de deputados (cinco) que Luanda",
sendo a capital do país a principal praça eleitoral, com cerca de um quarto do
total de eleitores. O debate ia animado (ele defendendo a regra em uso e eu o
contrário), até que chegou "o dia do voto", 23 de Agosto/17, tendo
decretado uma "pausa" para que pudéssemos pensar em outras coisas
mais imediatas. E assim escrevi:
Texto publicado pelo Jornal de Angola de 01/11/2017
"Permito-me
ainda abusar o meu amigo Carlos Calongo Adão, jovem inteligente de Catete,
região que já pertenceu à província de Luanda, passando ao Bengo e que no
correr do tempo e das transformações político-administrativas voltou a ser parte
de Luanda. Eu também, oriundo e natural do Libolo, sou agora o quarto vizinho
de Luanda, bem colado à Kisama (Quissama).
E
é assim:
Duas
lambisgoias bêbadas e perdidas, dizia uma à outra em semelhante estado:
-
Amiga, quero saber onde estamos e aonde vamos.
-
Não precisas saber. - Respondeu a outra
-
Por que razão?
-
És profissional de sexo, por que te interessa saber aonde vais?
-
É para que me possa orientar na hora do regresso à casa.
-
Tu precisas é de clientes e mais copos... - Dizia a conformista.
-
Disso sei, mas... Quando acabar o álcool e os clientes, como me orientarei?
-
Por acaso decidimos mudar de profissão? – Retorquiu a conformada.
-
Até que não. Mas… não precisaremos nunca nem de mudar de tangas?
-
Tangas?
-
Sim, roupas maquiagem, higiene íntima, externa, tudo o que nos faz mulher e
traz clientes que conjugam o verbo ter.
-
Basta que tenhamos clientes e dinheiro. Tudo se compra no momento.
-
E os banhos?
-
Já te disse, Maura. Se vier um cliente que te leve a um hotel chique você toma
o duche. A roupa compras na boutique. Casa pra quê? Acorda jovem.
-
Mingota, sua tonta, e quando tiveres saudades dos teus irmãos também os vais
transformar em clientes?
A
conversa teve mais detalhes. Elas é que tomaram destinos diferentes já que o
desentendimento levou cada uma delas ao seu caminho.
No
caso prévio, eu e o meu amigo Carlos Calongo Adão, também fomos a caminho do
voto e voltaremos à conversa tão logo haja reencontro".
Texto publicado pelo Jornal de Angola de 01/11/2017
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