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sexta-feira, janeiro 01, 2016

ESCREVENDO COM O TRABALHO A NOVA HISTÓRIA


A sorte e a virtude no Serviço Público
Tive de recorrer, desta vez, ao tratado de Nicolau Maquiavel, O Príncipe,  para extrair conceitos como sorte (fortuna) e Virtú (virtude) que, nas palavras do autor, "devem acompanhar o sucesso de um líder" (seja instituído para um posto de chefia ou um agente respeitado e com seguidores que o fazem por causa dos seus bons exemplos).
O autor de O Príncipe define como fortuna ou sorte o ambiente envolvente, antes e durante o seu mandato: qualidade das pessoas que governa e com quem governa (pessoas capacitadas e empenhadas, leais e disciplinadas ou não), a harmonia social e política, a qualidade das instalações e dos equipamentos, os recursos financeiros, o ambiente regulatório, as relações com utentes e fornecedores, entre outros quesitos, fazem parte deste pacote.
A Virtú (virtude) é definida pelo autor como o talento, a sagacidade, o bom mando, a ponderação, a análise cuidada e as respostas assertivas aos factos e fenómenos que surgem no caminho de um líder. É preciso ser virtuoso, diz ele.
Transportando para os nosso dias esse tratado centenário de Maquiavel, nascido em Maio de 1469, em Florença, Itália, se pode ainda dele retirar algumas bons exemplos.
Vivemos uma conjuntura política, social e económica que nos apela ao redobrar de esforços, coesão  e inteligência, no sentido de darmos mais respostas do que aquelas que aparentemente entendemos como demanda dos nossos utentes, apesar dos meios escassos e necessidades infinitas.

A moralização da Administração Pública requer o cumprimento de prazos e qualidade requerida nos serviços a prestar, lealdade dos Servidores ao Poder instituído pelo sufrágio directo e ao Serviço Público, parcimónia na utilização dos recursos, equidade no tratamento, equilíbrio nas relações, bem como o respeito mútuo e a solidariedade institucional e interpessoal. São virtudes que quando juntas à fortuna (aqui entendida como sorte ou ambiente envolvente) farão de nós líderes com direito a, pelo menos uma linha, na História que se há de redigir sobre a Reviravolta nas Instituições Públicas Angolanas.
A confiança e a lealdade devem ser cultivadas todos os dias. Todo o poder é uma cadeia, do mais alto ao mais baixo e vice-versa. É como as engrenagens que movem os ponteiros de um relógio. Basta quebrar um carrecto minúsculo para que todo o sistema fique afectado.

Cada um deve fazer o seu melhor, sem prejudicar o colega ou o seu superior. Juntos, olhando apenas para o bem e fazendo o recomendável, faremos a Nova História do Serviço Público.

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