Ao nível da política internacional, a última semana de Novembro
foi marcada pela votação ao nível da Assembleia Geral da ONU sobre o estatuto
da Palestina que passou, fruto da votação naquela instância, a membro
observador das Nações Unidas, entretanto, sem direito a voto.
“Por maioria, a Assembleia-Geral da ONU reconheceu a 29.11.2012, a
Palestina como um Estado observador não membro”. A resolução foi aprovada com
138 votos dos 193 da Assembleia-Geral, com nove votos contrários dos EUA,
Canadá, República Tcheca, Palau, Nauru, Micronésia, Ilhas Marshall e Panamá e
41 abstenções, entre elas da Alemanha (Sic. TVZimbo).
Vendo e ouvindo a notícia pela TV Zimbo (angolana) fiquei
intrigado ao mencionarem os países abstémicos e os que votaram contra, sem no
entanto apontarem qual terá sido o sentido de voto de Angola. Será assim tão difícil
saber-se ou terá faltado alguma investigação dos nossos jornalistas junto da nossa
diplomacia?
É sabido que tendo o Estado angolano reconhecido a OLP/ANP
que estabeleceu uma embaixada em Angola, o nosso sentido de voto seria
obviamente o afirmativo, pois até já se fez em tempos não muito recuados um
linkage entre o sionismo judeu e o apartheid sul-africano. É preciso, porém, ter
em conta que “em política não há amigos nem inimigos permanentes. Existem
objectivos permanentes” que podem ser conseguidos com actores diferentes.
Foi assim que nos tempos da OPA (anos 80 e 90 do séc. XX)
ensinaram-nos que “aos imperialistas liderados por Reagan (EUA) não se devia
dar nem um palmo da nossa terra”. Hoje sentamos com eles à mesa e até “oferecemos”
fazendas.
Qual foi o nosso sentido de voto na AG da ONU, na resolução
sobre a Palestina?
- Até agora, nem a media pública, privilegiada pelas fontes oficiais, nem a media privada pro-entidades públicas, que também goza de algum "direito" de preferência das fontes oficiais e oficiosas, disseram como Angola votou.
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