Engºs Marques e Débora |
Na comuna do Kariango, Municicpio da Kibala, num local coberto de vegetação,
22 km fora da Estrada Nacional 240, em direcção ao Mussende, fica o Projecto
Terra do Futuro, lançado em 2009.
Possui um centro de formação, alojamento para técnicos expatriados e
nacionais doutras regiões, um centro médico, dormitórios, diversos equipamentos
e infraestruturas de apoio à actividade agrícola. O Projecto terras do Futuro,
iniciativa privada, funciona ainda como uma espécie de inseminadora de fazendas
agrícolas detidas por jovens agrónomos criteriosamente seleccionados.
“Depois da licenciatura fizemos um teste e os aprovados fizeram um curso
de sete meses onde aprendemos, para além de técnicas agrárias, a gestão de
empreendimentos agrícolas. Entre os dez jovens fazendeiros, uma delas se
destaca:
Débora Manuel é uma engenheira agrária que também se forma em contabilidade
e auditoria na Universidade Metodista de Angola.
É das poucas fazendeiras do Projecto Terra do Futuro (médias fazendas,
adjacentes ao Projecto financiado belo BDA.
Abordei-a ao volante da sua Hilux, próximo do Centro médico, Débora, entre
os 29 e 31 anos, é natural do Huambo onde se licenciou em agronomia pela faculdade
de Ciências Agrárias da UAN e onde ganhou o gosto pelo campo.
Área administrativa Proj. Terras do Futuro |
“Sempre gostei do isolamento e aqui aplico o que aprendi na universidade
como também tenho a possibilidade de ser empresária agrícola. Cada dia há troca
de experiencias ente nós e isso fortalece-nos”, disse ela quando questionada se
não se sentia incomodada estando a residir no meio da vegetação.
Apesar do entusiasmo há também solidão. Débora que cultiva milho e feijão
nos seus 200 hectares fez um desabafo: “Penso em constituir família, mas aqui faltam
candidatos à altura”.
José Marques, engenheiro agrónomo natural de Luanda e com família
constituída, é outro fazendeiro que recebeu um crédito do BDA. Como Débora está
orgulhoso do que faz e conta que “o crédito é foi feito a um grupo de dez
jovens, em apenas uma conta monitorada pelo Projecto Terras do Futuro. Cada um
tem um fundo de maneio que tem de gerir com responsabilidade e e produzir o máximo
que puder”, explicou.
À semelhança dos demais colegas, recebeu uma casa de campo, uma carrinha,
um tractor com alfaia agrícola completa e outros imputs que lhe permitem lavrar os 200
hectares recebidos do Projecto Terra do Futuro. No fim da colheita, o mercado
está garantido (PTF) e o investimento recebido é para ser descontado
colectivamente e de forma faseada. “Quando terminarmos de liquidar os
empréstimos seremos donos e senhores de nossas vidas”, disseram Débora e José
Marques.
No total, segundo o programa do Projecto, serão 60 jovens empresários que
deixam a cidade para fazer o campo produzir.
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