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quinta-feira, dezembro 13, 2012

RETRATO: BICA D´ÁGUA, PEDRA ESCRITA E LUSSUSO

BICA D´ÁGUA
A imagem mostra a estrada num local da comuna da Munenga (Libolo) designada por Bica d´água.

Aqui fora erguido no tempo colonial um bebedouro (água bruta captada dum rio ao lado). Era local para parar encher os reservatórios e o radiador e saciar a sede.

Dada a acentuada descida acompanhada de curvas, o local foi, desde sempre propício à ocorrência de sinistros que ceifaram muitas vidas. Basta ver as centenas de carcaças na duas encostas ravinosas da estrada.

Pensando na prevenção, Os bombeiros têm no local um Posto de Apoio e Socorro aos Sinistrados. Nada melhor do que neste local que fica a 50 quilómetros da ponte do Kwanza e uns 25 da ponte do Longa, no itinerário Dondo-Kibala.

A presença da polícia de trânsito no local serve de elemento inibidor aos homens do volante, sobretudo aqueles que têm maior propensão a acelerar do que a travar.

Mais adiante, quem vai a Kibala, fica a aldeia de Pedra Escrita que ganhou o nome devido a uma publicidade gravada na pedra com os dizeres "Pousada boa Viagem- Lussusso". Vivo perto daqui (Fazenda Israel e no Rimbe) uns anos. Perto de 06 anos (1978-1984).

Na verdade, a aldeia foi constituída em finais da década de noventa e princípio do novo século (XXI)pelo Tenente Coronel António Infeliz João, comandante das FAA no Libolo, que agrupou todos os povos que se encontravam na região, uns vivendo em lavras e outros em pequenas aldeolas familiares.

Povos oriundos do planalto central (antigos trabalhadores das fazendas coloniais e que se integraram na cultura local), povos saídos de aldeias distantes da EN120 como: Kalombo, Tumba Grande, Bango de Kuteka, Hombo (Kuteka) Banza de Kuteka, Kipela, etc. e outros alí aportados devido a guerra que assolou e devastou povoações mais longínquas do Kwanza-Sul como Longolo, Kisssala, etc. foram todos agrupados de forma coerciva, compondo hoje uma aldeia com perto de 5 mil almas, levando a administração do Libolo a construir uma escola primária e um jango comunitário, estando em falta, embora projectados, um fontanário e um posto médico.

O Comandante Infeliz (já finado), então proprietário da Fazenda Israel que fora dirigida pelo seu pai, João dos Santos, nos anos que se seguiram à independência, merece, pelo feito, ter o seu nome atribuído à única rua que separa a aldeia de Pedra Escrita em dois blocos. 
A inscrição é hoje pouco visível, mas lá ficou o nome
A pousada, nos anos 80 e 90 do sec. XX pertencente a um cidadão de origem cabo-verdiana de nome Olímpio, tem hoje a parte do bar reaberta, depois de muitos anos inoperante. A parte dos alojamentos aguarda por outros ventos, já que foram totalmente dizimados pelos "gatunos das chapas alheias" e pela força da natureza.

Desconheço o novo proprietário do espaço, único reaberto dos três bares existentes à época, mas guardo grandes recordações da pousada onde funcionaram Santos Godinho e João Bebeca, meus tios já falecidos.

No Lussosso o que mais chamava a atenção eram os autocarros da EVA, VIRIATOS, ETP, ETIM e outros que aí efectuavam a sua paragem para "dar ouvidos ao roncar do estômago". Existia no local um posto de abastecimento de combustíveis (hoje inexistente devido à canibalização que sofreu) e uma outra pousada, no fim do bairro. Param quem se dirigia à ponte do Longa todo o cuidado era pouco devido à presença de manadas de bovinos do Sr. Manuel Ndale.

Na área de pastos, junto à ponte do Longa, está hoje uma unidade de enchimento de águas "Vale do Longa" que me pareceu estar semi-fechada. A ponte do Longa foi entre 1975-1992 guarnecida por um contingente das FAR (cubanos) e FAPLA (forças governamentais de Angola). No conflito pós-eleitoral (1992-2002) a mesma ficou desguarnecida e os "homens dos explosivos" deitaram-na a baixo. Ainda são visíveis os esqueletos de armamento pesado (tanques e carros de assalto) nas cercanias.
Ex-Libris do Lussusso
 
Felizmente, uma nova ponte foi reerguida no mesmo local em que se encontrava a primeira e poucos se lembram da anterior, cujos destroços foram jogados rio abaixo.

Ainda no Lussusso, quem levanta a cabeça, olhando para oeste, depara-se com o cimo da montanha sempre esbranquiçada devido a nevem que está sempre presente, É o ex-líbris da localidade que reclama por uma picada ou, no mínimo, um atalho em condições que leve os turistas e curiosos ao topo da montanha para ver o que lá se passa e apreciar a exuberante paisagem planáltica que se estende do Lususso à fazenda Longa (em direcção a Kalulu).
As imagens foram registadas durante uma viagem à comuna do Kariango (Kibala) na EN240, a 04.12.2012.

1 comentário:

Anónimo disse...

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