Ponto prévio:
Iam a passos lentos e a conversa girava em torno dos jifunji. Isso mesmo, no meu kimbundu lubolense, a palavra funji é singular, fazendo plural com a anteposição do prefixo "ji". Assim, jifunji é plural.
A saudade da pasta feita com fuba (farinha no dizer deles) de bombó ou de milho, que no centro e sul ganha o pomposo substativo de pirão, fazia dos angolanos descobridores de semelhanças antre a oferta e o desejado. Ficava-se pelo pink fish (o salmão), caro noutras paragens e baratucho no norte gélido. E a conversa sobre funji e jifunji ganhou vários conceitos e interpretações. _ Já viste? Aqui se um gajo tiver dois jifunji é pecado, mas se em vez de casares mulher para te fazer funji te juntares a homem igual dar-te-ão é homem elevado e moderno. Isso é caminho? _ Interrogou Xavitu, algo irritado.
O sol vergonhoso procurava abrir-se ao deleite de homens e mulheres de todas as idades que dele procuravam como os angolanos ao funji. É, afinal verão, embora os visitantes africanos andassem agasalhados como se estivessem a viver o cacimbo da zona tropical.
_ Como esse andar, que despreza a maternidade, qualquer dia a humanidade deixa de crescer e os lobos tomam conta das cidades, levando-nos ã extinção. _ Atirou Lumingu, ganhando a aprovação silenciosa dos demais. Pelo menos ninguém o contrariou até que Phande emendou.
_ Não, mano Lumingu. Antes de os lobos virem substituí-los, vão reclamar subpovoamento e abrirão as fronteiras aos africanos que ainda não desistiram da procriação. Significa que o país, com suas instituições e normas, será passado a gente que o vai tomar durante décadas e séculos silenciosos, o que será bom para a criolização da raça humana.
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