À chegada, pela EN 110, quer saindo do Amboim (Gabela) ou do Uku (Seles), é uma "vida leve", como dizem os são-tomenses, que o recebe. A vila, com ruas asfaltadas e limpas, não se mostra agitada como as outras urbes repletas de comerciantes oeste-africanos e moto taxistas. Tudo parece fluir como o Keve abaixo das cachoeiras da Binga (manso e silencioso). Alguns recortes arquitectónicos, como a igreja Católica, a "piscina" e o mural com mensagens culturais e patrióticas, à volta do "palácio", despertam a atenção do visitante forasteiro e convidam-no ao registo fotográfico.
Oficialmente grafado com C, Konda é dos menores municípios do Kwanza-Sul. Tem 2.090 km² (3,6%) e cerca de 80 mil habitantes. É limitado a norte pelo município do Amboim, a leste pelo Hebo, a sul pelo Seles e a Oeste pelo município do Sumbe. Subdivide-se em comuna-sede, correspondente à vila da Konda, e pela comuna de Kunju e possui ainda as "áreas administrativas" de Asango II e Jombe.
As águas termais de Tokota¹, a 5 km a norte da sede, na montanha da Carcaça, e Nhime, a 30 km a oeste, na serra do Engelo, além das belas quedas d'água da cachoeira da Binga (EN 240), constituem, entre outras, as grandes áreas de lazer da região.
Se vai em turismo e gosta de comer em restaurante com alguma classe, previna-se e leve farnel. Sendo a agricultura e a pesca no Keve das principais actividades, "as pessoas com dinheiro para ir comer nos restaurantes são apenas os funcionários públicos e os vendedores na praça", explicou o jovem Henriques a quem pedi que me mostrasse um restaurante, levando-me a uma barraca junto ao Banco BIC.
"Aqui, as pessoas que vêm de fora, sem ter família onde se hospedar, são poucas. Cada pessoa come em sua casa ou em casa de parentes. Somente nos bares é que vendem bebidas e pinchos", acrescentou o Henriques para quem tasca e restaurante parecem ser a mesma coisa.
Segundo o jovem, "a Konda tem tido alguns dias de agitação", mas calha. "É mais quando vem delegação do Sumbe ou de outro município", clarificou.
Se gosta de campismo e desbravar a natureza, desde que tenha logística complementar, recomendam-se os encantos paisagísticos da Konda e a acalmia de uma vida pacífica de gente humilde e trabalhadora que "odeia" a zaragata².
O acesso ao município da Konda, cortado pelo rio Keve ou Kuvu, demanda viatura em boas condições técnicas, destreza e experiência do condutor. As duas margens do rio Keve são antecedidas de serras por onde serpenteia a Estrada Nacional 110. Há mesmo quem diga que "haja mais curvas e perigo nas serras da Konda do que na estrada sobre a Leba" (Namibe).
Recuando à génese da vila de Konda, a primeira casa comercial foi erguida em 1918, iniciando em 1928 a edificação de casas definitivas. A 13 de Dezembro de 1965, foi criado o Concelho da "Conda", pela Portaria nº14061, desanexando-se do Seles, do qual dependia administrativamente³.
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1- Quente.
2- Confusão.
3- Fonte: Jornal de Angola,15/08/2015.
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