Era Kasimbu (cacimbo). No Reordenamento do Rangel, Mangololo tinha um descampado que juntava anos, se calhar décadas, sem uma capina sequer.
Como se aquilo parado lhe desse dinheiro, passava dias sim, semanas sempre, debaixo do arvoredo, contando os aviões que sobrevoavam o bairro e matando kas(s)umuna também.
Quando se ausentava, os cabritos todos do bairro faziam-lhe a vez, pastoreando, e fazendo do rossio um logradouro colectivo e campo para o futebol dos anandenge.
Por razões que apenas disse "familiares e urgentes", Mangololo se tinha ausentado por largas semanas.
Ninguém sabia aonde fora, tirando a mulher e o Kavumbu, amigo dele "das confianças".
À chegada, regado de primeiríssima da Ki(s)ama, Mangololo foi tomado por um misto de alegria e dor.
O terreno devoluto estava transformado em um autêntico campo, sem relva e sem vida que tinha aos olhos do dono.
E, de espanto em espanto, Mangololo não tinha medida para surpresas. Até Kandonika, a mulher, que, "na hora do vamos ver", interjectiva "ai mô homi", estava a verbalizar "ai Zezus, ai Cristo!".
Será que o melhor do Petro Atlético e o músico tiraram uma peladinha no campo dele?
Voltou a Ndemba Xyu, Kis(s)ama, para procurar pela casa de adivinho secular.
Será que você o ajuda a esclarecer o que terá acontecido?
Mahezu, ngana!
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