Desde que o "Jornal de Sábado" foi ao Wambu fazer e transmitir as notícias daquele dia, a partir de Mbalundu, que o longeso¹ passou a ser assunto de comentários e "interesse nacional", sobretudo por parte dos adyakime².
Quando pequeno, nas hortas do Limbe³ e, mais tarde, de Kalulu, sempre que desbravasse a terra, surgiam pequenos tubérculos saídos quase que do nada. Pequenos, comparados a grãos de jinguba⁴, nunca tinham desperto a nossa atenção, salvo raras excepções de alguns mais velhos que, à escondida os lavavam e experimentavam, sempre longe de nossos olhares.
Foi depois da RNA ter, em crónica, anunciado que "Mbalundu era o único município do país onde se podia encontrar os [super-afrodisíacos] longeso" que comecei a rebobinar a minha longa metragem de recordações até chegar a ele.
Bem atrás de minha casa, em Viana, está a centenária Lagoa de Terembembe, aonde os homens canalizam, hoje, todas as águas pluviais e urbanas de Viana. Onde haja água e terra há longeso!
Quem quiser comprar, pode procurar-me para ganhar a capacidade metralhadora e de "produção gemelar". Tenho uma honga⁵ de longeso.
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¹ tubérculo de uma herbácea cujas folhas se podem confundir com as de alheiro, presente nas zonas baixas e ribeirinhas.
² Mais velhos (Kimbundu).
³ Aldeia (extinta) da comuna da Munenga, ficava a dois Km da actual Pedra Escrita, na EN120.
⁴ Amendoim.
⁵ Lavra em terreno plano e ou baixo. Horta.
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