Encaixado, quase
à força, entre paredes rochosas e montanhosas, no seu curso montante, corre sem
pressa, pelas matas virgens interiores até afogar-se no Atlântico, qual casal
cansado e saciado de coito prolongado.
O seu leito
rochoso é facilidade para as travessias e o surgimento de algas que alimentam
cardumes. Vimo-los deleitando-se com dendém e enchidos levados de Luanda para
tentativa de pesca lúdica, espraiando-se ao sol de meio-dia.
O Lifune é vida!
Nos curtos
rápidos e escarpados, suas águas sussurram gemidos melodiosos, ejaculando
sêmenes-sementes em paradisíacos ilhéus férteis e sombrios do médio rio. É o
Lifune, cujas margens verdejantes, estão repletas de húmus que alimenta a selva
fechada com árvores grossas, frondosas e desejosas de beijar o sol. É nessa
densa floresta, outrora acolhedora de destemidos guerrilheiros contra a
presença colonial, que se desenvolve a agricultura. É desse mato fechado que
sai a banana, a mandioca, a jinguba, o milho, o dendém, o maluvu
e a cana com que se fabrica lungwila.
Na Lunda, perto
de Saurimo, há outro rio, o Lufune, quase homógrafo, que é menor no caudal e na
ousadia. Mas tem ngandu também e dá nome à aldeia de Ngandu Lufune kexi
kunyonga
Sem comentários:
Enviar um comentário