A viagem, num carro "saltitante", já levava largas horas e tinha "comido centenas de quilômetros. Benguela estava já quase à vista. As paragens obrigatórias e voluntárias tinham passado meia dúzia e tudo valia para "enfeitar a boca" e entreter o condutor que não podia adormecer. Dizem os profissionais da estrada que o sono é pior do que o walende. E uma das conversas, não com os companheiros de viagem, mas ao telefone, foi assim.
- Alô!
- Sim!
- Ó chefe, ainda o teu nome é Kenhê?
- Sou Phande-a-Umba. Alguma coisa? Disponha, se faz favor.
- Sou eu o "comadante" do Katenge. O chefe, quando passou, me fez um alerta, mas a tal mensagem ainda me passou. A viata já lhe parámos aqui na nossa posi e já lhes medimos.
- Mas, o meu alerta é que eu vi, por duas vezes, a senhora a sair da camioneta antes de chegar à paragem e a atravessar a pé o recinto do controlo para retornar à viatura metros depois. Deviam inquirir se têm todos os requisitos exigidos para viajar.
- Mas, ó chefe, nós aqui no Katenge é somente medição!
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