- Wi, o Marley já chegou.
- Fala a sério, kamba dyami. Tens contigo o Bob?
- Sim. Chegou maduro, magro e muito forte. Canta músicas quentes que afugentam o frio.
Quem não domine as falas codificadas dos frequentadores matutinos e vespertinos da Lagoa do Terembembe, em Viana, pode pensar na ressurreição do ícone da música reggae e seu aparecimento em Luanda.
O que acontece, na mais pura verdade, é o uso da substância que se diz ter sido companhia predilecta do jamaicano Bob Marley.
E, na aurora, antes mesmo de o sol se apresentar aos homens, jovens dos 16 aos 35 anos contornam os cantos das casas que "dão" costas à vala e os arbustos para se dirigirem a uma ilha da lagoa, onde dizem afugentar o frio juliano, um exercício para baforadas repetido ao por-do-sol, acompanhado com estorcimento do corpo fumante.
Hoje, manhã cedo, duas vizinhas vozeiravam sobre chás.
Uma delas, a mais velha, estava exactamente a sair do local frequentado pelos amigos de Marley.
- Vizinha Maria foste colher jihasa? Também quero.
- Nada, minha mana. Fui buscar um pouco de chá para as crianças que estão com tosse.
- Oh! Na naka também plantaste chá? É chá de quê mesmo?!
- É Marley.
- Marley, vizinha Maria, é qual'ê tipo de chá?
- Ó mana Guidinha vem ver. Aproxima-te. Tens visto os moços aqui a se kangonyarem, nê? Agora que capinámos e semeamos batata e feijão, as sementes da Kangonya também germinaram e estão a apanhar a água da rega de outras plantas que dão comida.
- Oh, afinal Marley é Lyamba?
- Nunca ouviste os moços a se chamarem e a citarem o nome do artista jamaicano? Quando ouvires Bob Marley fica atenta. É isso. O chá dele é tiro-e-queda contra tosse, pestes animais e pode dar jeito na Covid-19.
Repartiram as folhas, verdes e de cheiro intenso, como manda a vida comunitária, e cada uma delas foi terminar o matabicho para os tundenge. O pão de cada dia ganhou um novo companheiro, o chá Bob Marley.
- Sim. Chegou maduro, magro e muito forte. Canta músicas quentes que afugentam o frio.
Quem não domine as falas codificadas dos frequentadores matutinos e vespertinos da Lagoa do Terembembe, em Viana, pode pensar na ressurreição do ícone da música reggae e seu aparecimento em Luanda.
O que acontece, na mais pura verdade, é o uso da substância que se diz ter sido companhia predilecta do jamaicano Bob Marley.
E, na aurora, antes mesmo de o sol se apresentar aos homens, jovens dos 16 aos 35 anos contornam os cantos das casas que "dão" costas à vala e os arbustos para se dirigirem a uma ilha da lagoa, onde dizem afugentar o frio juliano, um exercício para baforadas repetido ao por-do-sol, acompanhado com estorcimento do corpo fumante.
Hoje, manhã cedo, duas vizinhas vozeiravam sobre chás.
Uma delas, a mais velha, estava exactamente a sair do local frequentado pelos amigos de Marley.
- Vizinha Maria foste colher jihasa? Também quero.
- Nada, minha mana. Fui buscar um pouco de chá para as crianças que estão com tosse.
- Oh! Na naka também plantaste chá? É chá de quê mesmo?!
- É Marley.
- Marley, vizinha Maria, é qual'ê tipo de chá?
- Ó mana Guidinha vem ver. Aproxima-te. Tens visto os moços aqui a se kangonyarem, nê? Agora que capinámos e semeamos batata e feijão, as sementes da Kangonya também germinaram e estão a apanhar a água da rega de outras plantas que dão comida.
- Oh, afinal Marley é Lyamba?
- Nunca ouviste os moços a se chamarem e a citarem o nome do artista jamaicano? Quando ouvires Bob Marley fica atenta. É isso. O chá dele é tiro-e-queda contra tosse, pestes animais e pode dar jeito na Covid-19.
Repartiram as folhas, verdes e de cheiro intenso, como manda a vida comunitária, e cada uma delas foi terminar o matabicho para os tundenge. O pão de cada dia ganhou um novo companheiro, o chá Bob Marley.
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