Os rapazes e algumas raparigas que vendem água, refrigerantes e algumas bugigangas pelas ruas da cidade de Luanda nem todos e nem sempre o fazem para ajudar os pais, dada a precariedade financeira dos progenitores e/ou tutores. Entrevistei
alguns, na Rua Direita de Luanda, e soube que "o negócio é do patrão" que paga ao fim-de-semana uma quantia módica.
Quanto à origem dos mesmos, é diversa: Namibe, Huila, Huambo, Benguela, Bié e até Kwandu-Kuvangu.
Uma boa perícia pode apurar quem são os que "abusam" estes memores, expondo-os a todos os sóis, sede, poeria e fome, bregando pela sobrevivência, num ambiente em que proliferam malfeitores.
Nesta, terça-feira, 27 de Agosto, um desses meninos, recém-chegado dos gambos, onde provávelmente seus pais terão perdido o gado que ele ajudava a pastorear, foi vítima de um futo. Um "diamporô" exibiu Kz 2000, pedindo 4 refrigerantes (ao preço
de cada Kz 100) e o respectivo troco de 1600. Sem que tivesse entregue a cédula de kz 2mil, deu Kz 100 ao rapaz para que fosse comprar um saco para ele transportar as ditas gasosas. Desavisado, o rapaz foi à procura de saco e quando voltou ao local em que
deixara o cliente e a mercadoria, "só encontrou vento". O aludido comprador, bandido de primeira hora, pôs-se ao fresco.
Se é preciso "caçar" os bandidos todos que inundam Luanda, é, de todo mister, que se chegue, de igual sorte, aos exploradores de trabalho infantil, que podem também ser raptores de menores para as usar como "mão-de-obra escrava".
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