Em 1984, ainda kandenge, fugíamos da Unita, percorríamos o
leito do rio Kazondo, afluente do Riaha, entre as antigas aldeias de Rimbe e
Katoto, na comuna da Munenga/Libolo. Capim alto, Janeiro ou Fevereiro, marcha indiana, coluna por um,
evitando o asfalto onde o encontro com os homens de quem nos apartávamos podia
acontecer. Cantava eu, descontraidamente na minha inocência, o "se wala ni
kakinhendu..." de Robertinho.
Cantou e encantou. Até salões de casamento se abriram com
suas músicas. Aos que combatiam deu alento e alegria. Proporcionou momentos de
descontracção aos "kwembas". Se calhar os "doutro lado"
também ouviam e dançavam suas melodias.
Aos que estavam nas cidades e nas aldeias alegrou e
distraiu. Interrompeu malambas que podiam criar maiores frustrações. Suas
músicas foram analgésicos. Foram ópio em doses próprias e em momentos próprios.
Robertinho cumpriu, como músico de intervenção com vocação militar, a sua
missão. Foi usado?
- Não sei. Espero que tenha sido pago ou no mínimo
recompensado.
Era e é ainda muito querido de ex-FAPLA's e gente (dikotas e
kandenges) daquele tempo.
Parabéns Yuri Simão por tê-lo convidado para animar o Show
de Agosto. Robertinho e seu amigo Mam
Prole, Tenho-vos.
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