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domingo, agosto 10, 2014

LEMBRANÇAS

Em 1984, ainda kandenge, fugíamos da Unita, percorríamos o leito do rio Kazondo, afluente do Riaha, entre as antigas aldeias de Rimbe e Katoto, na comuna da Munenga/Libolo. Capim alto, Janeiro ou Fevereiro, marcha indiana, coluna por um, evitando o asfalto onde o encontro com os homens de quem nos apartávamos podia acontecer. Cantava eu, descontraidamente na minha inocência, o "se wala ni kakinhendu..." de Robertinho.
Cantou e encantou. Até salões de casamento se abriram com suas músicas. Aos que combatiam deu alento e alegria. Proporcionou momentos de descontracção aos "kwembas". Se calhar os "doutro lado" também ouviam e dançavam  suas melodias.
Aos que estavam nas cidades e nas aldeias alegrou e distraiu. Interrompeu malambas que podiam criar maiores frustrações. Suas músicas foram analgésicos. Foram ópio em doses próprias e em momentos próprios. Robertinho cumpriu, como músico de intervenção com vocação militar, a sua missão. Foi usado?
- Não sei. Espero que tenha sido pago ou no mínimo recompensado.
Era e é ainda muito querido de ex-FAPLA's e gente (dikotas e kandenges) daquele tempo.
Parabéns Yuri Simão por tê-lo convidado para animar o Show de Agosto. Robertinho e seu  amigo Mam Prole, Tenho-vos.
 

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