SAMBA-CAJU
Bem, é de Samba-Caju que me propus escrevinhar.
No sentido Wiji-Ndalatandu, fica entre a comuna de Kyangombe e Lukala. A vila, erguida numa elevação recortada por regatos que se espraiam no sopé, projectando-se caminho abaixo, é invisível aos olhos apressados. Apenas a igreja se faz anunciar imponente ao lado do caminho grande por onde deslizam os carros velozes.
É preciso parar e adentrar para ouvir o falar das gentes e beber da História.
A guerra movida pela unita tem em Samba-Caju as suas marcas muito presentes.
Ante a beleza estética e robustez das edificações, a força voraz do tempo foi clemente. Nem tudo foi ausência de restauro.
_ Quem mais partiu foram esses aí. _ Apontava Miguel da Cruz a uma bandeira bem conhecida.
Citou o tempo de um famigerado Kavulandunge como "o de maiores destruições".
- Parecia que era brincadeira deles. Quando lhes apetecesse, vinham e dinamitavam, quando não ficassem por mandar obuses de RPG-7 e dilagramas contra os telhados. _ Conta, expressando ainda revolta, a cada imagem que a sua memória recupera.
Miguel anda na casa dos 50 anos e diz "ter sido raptado para servir os kijibanganga", de onde "escapou por um triz", fazendo-se a pé até Kapanda.
Decidi deixá-lo caminhar, desta vez, em direcção à sua lavra e com a promessa de voltar à vila para, quiçá, voltarmos a pôr a História em dia, pois ficou por desvendar o sentido etimológico do topónimo Samba-Caju.
Até breve!
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