Nas grandes cidades, como Luanda e Sumbe, "mijam" os governadores nelas estão instalados, não sendo, contudo por todos conhecidos. Assim também é nas sedes municipais. Quem "mija grosso" é o administra-a-dor.
Man-Barras, considerado "um organizador" da polícia de viação e trânsito atendendo aos novos ventos que nos sopram a partir da Colina de São José, em Luanda, foi transferido de uma cidade para outra com tal propósito de organizar e baixar os níveis de sacarose contidos na "gasosa". Tão grande era a sua fama e o temor que os automobilistas sem carta ou com carros indocumentados tinham dele. Man-Barras, homem vertical, sempre cabeça rapada, uma Barrabás. Gasosa para ele era algo com "sal e veneno", daí que, a quem estivesse em falta, mais valias entregar-se, confessar e levar a multa ou ser encaminhado à cadeia, se fosse cado disso, do que procurar subornar o novo chefe da policia de transito do Lubolu que fazia questão de trabalhar diariamente duas a três horas no terreno e sempre em pontos distintos.
Mangodinho que vivia na aldeia de Pedra Escrita, embora mesma subscrição administrativa, não conhecia ainda Man-Barras nem esse a Mangodinho. O calhambeque de Mangodinho, um "acaba de me matar" de cor azulada e matricula AMF, e ele mesmo estavam documentalmente em dia. Livrete, título de propriedade, piscas e faróis, stop e travões, taxa de circulação e seguro contra terceiros, tudo. Mangodinho não gosta de kavwanza e prefere pagar muito mesmo que tenha de usufruir pouco.
- Mais velho não se pode mais meter em encrencas.- Costuma afirmar nas conversas com os jovens da aldeia.
Estava tudo em dia, estava! Mas, ao sair apressado de casa, se tinha esquecido da pasta que continha os documentos todos.
Pelo caminho, tinha já deixado uns cinco postos policiais. No Lubolu é como no Longonjo. A polícia monta postos de fiscalização de cinco a cinco quilómetros. Felizmente, sendo um mais velho e um carro conhecidos, não foi parado para as devidas averiguações. Porém, a entrar, quase-quase, em Kalulu, lembrou-se que ali "a coisa era mais diferente e custosa". Enfiou a mão no porta-luvas para confirmar se a pasta estava lá e a mão voltou vazia.
Os documentos ficaram. Ficou com as ideias a gira-girar.
- Regresso? E se encontrar uma malandro que me mande parar? Avanço? E se me encontrar com o novo chefe da polícia de trânsito que dizem nem gasosa bebe?
Decidiu avançar e confiar no socorro intangível de seus ancestrais e nos apelos aos santos e arcanjos cristãos que já ouvira falar.
- Vou só. Já andei 58 quilómetros e só me restam 2 km. - Decidiu e assim agiu.
Para a sua desventura, era Man-Barras quem estava no "controlo" de Kambuku.
Mangodinho atrapalhação entrou-lhe nas pernas e nos cérebro. Pior é quando você sabe que está em falta.
Estacionou diligente o mais próximo da berma, sinalizando antes a operação, mesmo não tendo veículo nenhum à sua rectaguarda.
Quando o chefe Barras o ia abordar, eis que apareceu um sub-chefe de motorizada, de quem Mangodinho era amigo desde os tempos da escola Kwame Nkrumah e com quem trocava mensagens regulares via grupo whatsapp.
- Então, camarada administrador, Como está? - Saudou Velhinho Toneco, o sub-chefe da polícia.
- Bom dia camarada Velhinho.
- Como está a nossa comuna da Munenga? - Indagou de novo o polícia, pronto a partir, deixando o seu superior fazer as averiguações a Mangodinho.
Nisso, Man-Barras julgando tratar-se do administrador comunal da Munenga, apenas se limitou a abrir a cancela e fazer a habitual vênia.
- Boa viagem e tenha boa reunião, Senhor Administrador!
Man-Barras, considerado "um organizador" da polícia de viação e trânsito atendendo aos novos ventos que nos sopram a partir da Colina de São José, em Luanda, foi transferido de uma cidade para outra com tal propósito de organizar e baixar os níveis de sacarose contidos na "gasosa". Tão grande era a sua fama e o temor que os automobilistas sem carta ou com carros indocumentados tinham dele. Man-Barras, homem vertical, sempre cabeça rapada, uma Barrabás. Gasosa para ele era algo com "sal e veneno", daí que, a quem estivesse em falta, mais valias entregar-se, confessar e levar a multa ou ser encaminhado à cadeia, se fosse cado disso, do que procurar subornar o novo chefe da policia de transito do Lubolu que fazia questão de trabalhar diariamente duas a três horas no terreno e sempre em pontos distintos.
Mangodinho que vivia na aldeia de Pedra Escrita, embora mesma subscrição administrativa, não conhecia ainda Man-Barras nem esse a Mangodinho. O calhambeque de Mangodinho, um "acaba de me matar" de cor azulada e matricula AMF, e ele mesmo estavam documentalmente em dia. Livrete, título de propriedade, piscas e faróis, stop e travões, taxa de circulação e seguro contra terceiros, tudo. Mangodinho não gosta de kavwanza e prefere pagar muito mesmo que tenha de usufruir pouco.
- Mais velho não se pode mais meter em encrencas.- Costuma afirmar nas conversas com os jovens da aldeia.
Estava tudo em dia, estava! Mas, ao sair apressado de casa, se tinha esquecido da pasta que continha os documentos todos.
Pelo caminho, tinha já deixado uns cinco postos policiais. No Lubolu é como no Longonjo. A polícia monta postos de fiscalização de cinco a cinco quilómetros. Felizmente, sendo um mais velho e um carro conhecidos, não foi parado para as devidas averiguações. Porém, a entrar, quase-quase, em Kalulu, lembrou-se que ali "a coisa era mais diferente e custosa". Enfiou a mão no porta-luvas para confirmar se a pasta estava lá e a mão voltou vazia.
Os documentos ficaram. Ficou com as ideias a gira-girar.
- Regresso? E se encontrar uma malandro que me mande parar? Avanço? E se me encontrar com o novo chefe da polícia de trânsito que dizem nem gasosa bebe?
Decidiu avançar e confiar no socorro intangível de seus ancestrais e nos apelos aos santos e arcanjos cristãos que já ouvira falar.
- Vou só. Já andei 58 quilómetros e só me restam 2 km. - Decidiu e assim agiu.
Para a sua desventura, era Man-Barras quem estava no "controlo" de Kambuku.
Mangodinho atrapalhação entrou-lhe nas pernas e nos cérebro. Pior é quando você sabe que está em falta.
Estacionou diligente o mais próximo da berma, sinalizando antes a operação, mesmo não tendo veículo nenhum à sua rectaguarda.
Quando o chefe Barras o ia abordar, eis que apareceu um sub-chefe de motorizada, de quem Mangodinho era amigo desde os tempos da escola Kwame Nkrumah e com quem trocava mensagens regulares via grupo whatsapp.
- Então, camarada administrador, Como está? - Saudou Velhinho Toneco, o sub-chefe da polícia.
- Bom dia camarada Velhinho.
- Como está a nossa comuna da Munenga? - Indagou de novo o polícia, pronto a partir, deixando o seu superior fazer as averiguações a Mangodinho.
Nisso, Man-Barras julgando tratar-se do administrador comunal da Munenga, apenas se limitou a abrir a cancela e fazer a habitual vênia.
- Boa viagem e tenha boa reunião, Senhor Administrador!