Muito longe do bambolear de corpos frescos e umas simples
gritarias que enchem hoje os espaços musicais, uma boa música mede-se pela
letra e, sobretudo, pelo conteúdo/mensagem que retrata/transmite.
Ouvi demoradamente, durante o último fim de semana as
músicas de Justino Handanga. Notei que o músico continua no seu estilo peculiar
e que o tempo se encarregará de perpetuar. São reproduções de falas das
populações. Lamentos, gritos de euforia, descrições situacionais e recontar de
estórias e História.
Foi bom ouvir a nova roupagem do “mbalaum eyi ya ndonga”; o “Abílio” que virou caenche sendo para ele “pequena coisa: Ó velho eu vou te chapar”;
as viagens ao Musende (Kwanza-Sul; o “ Carlitos” que levou a mulher ao Huambo tendo-a
abandonado depois de reencontrar os parentes e as conterrâneas, etc. São
músicas que nada têm a ver com as gritarias de muita mizangala de hoje que, com
certeza, nada legará para a posteridade com o seu “mana me deixa, me deixa e outras (des)coisas).
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