Já é órfã de mãe, há dois anos, e perdeu o pai há uma
semana. Está grávida e sente dores tortas. Maria Canhanga nem chorar consegue
(a tradição exige que as lágrimas sejam visíveis e mantidos os caminhos no
rosto por elas traçados).
Minha mãe, Maria Canhanga, não sabe se chora a perda do pai, Soba “Ngana
Ngunji”, regedor do Kuteka, ou se procura por um lugar mais calmo a fim de preparar o
nascimento do seu primeiro filho. As atenções da aldeia de Bango de Kuteka
estão viradas nela.
Aconteceu há 39 anos, num dia como hoje.
1 comentário:
Parabéns atrasados Mr Soberano. Continuação de bom trabalho na expansão e divulgação do gosto pela leitura.
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