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terça-feira, junho 01, 2021

A KATOMBELA E O LOPITO QUE NEGA SER BG

 


(Ponto prévio: não gaste em vão sua pedra).

Quando me tornei homem sapiens (consciente do que há e se diz à volta de mim), município de Katombela não havia ainda.
Havia a fábrica de celulose (tintas e pepel) que estudei na terceira classe do tempo de Agostinho Neto (em termos de frequência escolar, sou de outra geração, a que apanhou ainda o modelo português mas com livros adaptados à realidade angolana). Soube também, pelos livros e contares de mais velhos, que na Katombela (estou a pronunciar) havia muita cana-de-açúcar e uma unidade transformadora. Uns diziam que "não havia macaco com estômago bastante para desafiar as bananas em Katombela". Contava-se ainda que "aquele rio era um arrasta visitantes que nele se jogassem sem permissão". É que verdade ou invencionices, os mitos e a razão andaram sempre juntos.
Por outro lado, conta-se ainda, que os "finos" lopitangas, mesmo vivendo na escarpada Kanata ou kaponte, ou Kalomanda, ou kamunda, ou "kamentira" diziam-se (parece que continuam) que "NÃO SÃO BENGUELENSES".
Mas eukiêntão?!
Sigamos: nessa "briga entre benguelenses (capitalinos) e os portenses do Lopito (passagem e não o escritor poeta) alguém foi vijunário (de vijú) e orgulhoso do brio industrial da sua Katombela e "impôs" um novo município, curto junto ao mar, mas que se estende ao interior, abraçando o Monte Belo e outras terras que separam a planície dos montes planos.
Assim, o Lopito corre para norte, ao encontro do Sumbe. O novo município katombelense enfia-se no interland, a leste, ao passo que o município "capitáa" corre para leste e sul. Pronto, está (re)contada a estória. Resta a sua atenção ao alto da Kanata, a capital periurbana do Lopito. Deleite-se com a escadaria que podia ser montada de forma anelar e com ruas entre conjuntos habitacionais. O engenho do "salve-se quem puder" colocou as habitações "uma na cabeça da outra", num manto escorregadio que se entrega fácil e afável à chuva farta da região.
Comparada a Kanata do Lopito ao Américo Boa Vida do Sumbe, só acorre uma frase: na arquitectura incomum, poeira e afobia VALISETAHÃLA!

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