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sábado, fevereiro 13, 2021

A ESTÓRIA DA CARTA AMARROTADA

Estou a imaginar o veado que lhe mandaram entregar a carta ao leão faminto. Chegou numa banda e encontrou o coelho.

- Puto coelho, você que corre bué, leva só essa carta àquele cota que fica mau à toa. Vou te mixar.
O coelho recebeu sem refilar, mas sem como entregar. Meteu a mukanda na algibeira e amarrou cinturão, para não perder a missiva. Foi ter com o macaco.
- Mano macaco, faxavor. O mano veado me deu essa carta para o ti leão.  Ele estava a teketar e me obrigou a levar a carta mas eu também tenho mbora minha kagunfa. Ele disse que se entregar vai me mixar. Me faz lá só favor. Se eu ainda soubesse trepar... Kota, como o ti leão está debaixo daquela árvore (estás a ver ali, nê?), o kota sobe nessa árvore que tem bué de galhos, apanha a outra e vai, de galho em galho, até chegar. Quando estiver bem em cima dele, eu vou gritar para lhe distrair e o mano deixa cair a carta. O pagamento que mano veado me prometeu, você fica com 60 milhões e eu fico com 40. Faxavor, mesmo mô kota.
E assim procederam, razão pela qual, a carta do ex-PR chegou muito amarrotada.

(Carta do ex-PR, JES ao Presidente da AN de13.01.2020)

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