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quarta-feira, julho 01, 2020

QUEM EVITA POLÍCIA NÃO LEVA REBUÇADOS

Um corpo acima de quarenta, numa quarentena a caminho de quarenta e cinco dias, precisa de exercitação, pois, "músculo que não exercita atrofia".
Assim pensado, decidi retomar os exercícios ligeiros. Tracei o raio, em obediência ao que a legislação determina e iniciei a caminhada numa distância imaginária de dois quilômetros, mais ou menos, a partir de casa, o que, ida e regresso, podia representar quatro quilômetros marchados.
Sozinho, e quando o corpo ganhava rotação e os músculos calcinados a reclamarem menos, eis que dois jovens, "perdidos" no correr, quase me abalroavam.
- Xê, kota, xtás ir na Vila (Viana)? Xtão a borniar. - Alertou um deles correndo desorientado e sem máscara de protecção individuam contra a Covid-19.
Sem mais quês nem porquês, fiz KRF.
- Marido, voltaste tão cedo da caminhada?
- Xtão a dar rebuçados.
- E o papá não recebeu porquê? - Indagou o infante.
- O teu pai evitou a polícia. Assim estão a aporretar quem esteja na rua. - Tentou explicar.
- Aporretar é qué? É dar rebuçados?
- Sim. Porrete é aquilo que os policias levam pendurado ao cinto e com que batem os desobedientes. - Expliquei e completei os 10 mil passos no quintal, dando voltas à casa.
Tal como na economia e consumo em que se encontram produtos alternativos em lugar dos encarecidos ou completamente ausentes do mercado, também é possível evitar o contacto social, encontrando formas alternativas para fazer as coisas de sempre!


Luanda, 03.05.2020

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