- Os jovens estão hoje melhor qualificados tecnicamente... Dizia o Mais velho que me chamou ontem para uma conversa profissional e "familiar".
Agradeci e retorqui que os jovens, nós, precisamos de nos sentar mais vezes com a geração de nossos pais e deles beber experiências e sabedoria. A academia apenas nos dá conhecimentos.
O mais velho, a quem trato carinhosamente por papá, abanou a cabeça, em gesto de aprovação, e prosseguiu, visitando a sua rua rica e sábia memória.
- Na nossa tradição bantu, uma conversa tem sempre introdução (yalakuhu em Kikongo e mahezu em Kimbundu). Assim é também na vida profissional (as partes de um documento/exposição são: introdução, desenvolvimento e conclusão ou fecho).
- Quem atravessa um rio, por meio de uma canoa, não deve defecar no ponto de partida. A canoa pode avariar trajecto, regressar, e o individuo ter de suportar o cheiro da defecação (por outras palavras, não discuta com o soba no dia em que pretendas mudar de bairro. Podes voltar...).
- A barriga pede sempre mas nunca agradece. A vida não é apenas a barriga. Por isso, é preciso empreender. O Mais velho contou bons exemplos de lutas travadas pela vida que resultaram em sucesso profissional e bem-estar familiar.
- Para viver em paz, acrescentou, é preciso não gritar. Citou a experiência de um psicólogo francês e exemplificou. Quem mais grita entre o grilo e a formiga? Quem mais incomoda quem dorme? Quem mais é perseguido por via da sua gritaria?
- Humildade e honestidade são importantes na vida que dá muitas voltas. Os pais passam e os filhos ficam. Há que deixar boas referências.
- Educação e formação é obrigação de um pai. Filho com bons princípios tem uma estrada aberta, lisa e longa pela frente.
Obrigado papá "MasCa" pela sabedoria e conhecimentos com que me tem brindado. Ntondele!
Sem comentários:
Enviar um comentário