Reza a história (recurso à combinação entre oralidade e
vestígios de escrita) que um mestiço cabo-verdiano entendeu construir uma pousada
na rota entre Dondo e Kibala, estrada nacional 120. E fê-lo exactamente a quatro
quilómetros do rio Longa que separa os municípios do Libolo e Kibala. O ano da
construção está perdido na memória, mas ainda por aí estão (Evaristo Katimba da aldeia de Bango de Kuteka é um deles) os que participaram
da construção do imóvel, cuja parte frontal foi poupada pela guerra. Dizem ter
sido nos anos sessenta do século XX.
Olímpio de seu nome, assim também se chama(va) o seu
herdeiro que dirigiu a pousada nos anos oitenta e noventa do século passado,
entendeu publicitar o seu investimento e escolheu a maior pedra daquele troço.
A dez quilómetros de Lususu, onde ergueu a pousada, encontrou
uma grande pedra, do lado esquerdo de quem trafega no sentido Dondo-Kibala. Com
audácia e engenho, os homens pegaram em tinta e pincéis e gravaram a meio do
pedregulho que deve medir uns trinta ou mais metros de altura:
“Lussusso
Estalagem Boa Viagem”
De lá para cá, quer a pedra quer a aldeia que emergiu nas
redondezas do já quase monumento, nos anos oitenta, são tratados por “Pedra
Escrita”.
A estalagem de que só resta a parte do restaurante, pois os
aposentos traseiros não foram poupados pela acção devastadora do tempo e
sabotagem casada com a guerra civil, é conhecida por “Bar do Olímpio”.
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