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terça-feira, fevereiro 10, 2015

UMA PARAGEM NO BAR DO OLÍMPIO


Reza a história (recurso à combinação entre oralidade e vestígios de escrita) que um mestiço cabo-verdiano entendeu construir uma pousada na rota entre Dondo e Kibala, estrada nacional 120. E fê-lo exactamente a quatro quilómetros do rio Longa que separa os municípios do Libolo e Kibala. O ano da construção está perdido na memória, mas ainda por aí estão (Evaristo Katimba da aldeia de Bango de Kuteka é um deles) os que participaram da construção do imóvel, cuja parte frontal foi poupada pela guerra. Dizem ter sido nos anos sessenta do século XX.

Olímpio de seu nome, assim também se chama(va) o seu herdeiro que dirigiu a pousada nos anos oitenta e noventa do século passado, entendeu publicitar o seu investimento e escolheu a maior pedra daquele troço.

A dez quilómetros de Lususu, onde ergueu a pousada, encontrou uma grande pedra, do lado esquerdo de quem trafega no sentido Dondo-Kibala. Com audácia e engenho, os homens pegaram em tinta e pincéis e gravaram a meio do pedregulho que deve medir uns trinta ou mais metros de altura:

“Lussusso

Estalagem Boa Viagem”

De lá para cá, quer a pedra quer a aldeia que emergiu nas redondezas do já quase monumento, nos anos oitenta, são tratados por “Pedra Escrita”.

A estalagem de que só resta a parte do restaurante, pois os aposentos traseiros não foram poupados pela acção devastadora do tempo e sabotagem casada com a guerra civil, é conhecida por “Bar do Olímpio”.

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