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segunda-feira, abril 29, 2013

DEVIOS na RÁDIO FAZEM RECLAMAR PROVEDOR dos OUVINTES

Quem não tem conhecimentos sobre a ciência jornalística/radiofónica e que oiça a rádio que se faz hoje em Luanda pode  vir a pensar que aquilo que se faz se constitui no auge do bom radialismo.
Programas interactivos com ouvintes, informação sobre o transito automóvel fornecida na hora pelos ouvintes (lado positivo), deficiente componente formação e ausência de informação rigorosa, fracas reportagens (quase todas eles de circunstância) e, às vezes, linguagem menos cordata para com os ouvintes…
Nalguns casos, os radialistas chegam mesmo a ofender os seus ouvintes, tratando-os de acéfalos ou mentecaptos e outros epítetos,  a meu ver, agindo em contra-mão daquela que deve ser a linguagem urbana e cordata na rádio.
Infelizmente, é isso o que a juventude ouve. São esses os elementos de referência para quem queira seguir radialismo.
Se alguém hoje perguntar a uma criança que queira ser jornalista “tu queres ser como Maria Luisa, Rui Carvalho ou como o ´fulano da nova vaga´, com certeza que a resposta será: quero ser como o fulano da nova vaga.
Se por um lado as inovações na rádio são úteis e a tornam dinâmica, trazendo o ouvinte como actor do processo de radiodifusão, é também de mister utilidade urbanizar a linguagem, apostar na formação através da rádio e não deixar perder a vertente informação rigorosa, porque a rádio não é apenas entretenimento.
Também entendo que devia haver, no nosso caso, uma entidade ou instituição que velasse por corrigir os desvios, ainda que sob a forma de apelos: uma provedoria dos ouvintes, se calhar.

segunda-feira, abril 22, 2013

NOSTALGIA DA DECÊNCIA, SOLIDARIEDADE E DISCIPLINA*


NOTA: O texto que se segue é da autoria de Graça Campos, exímio artista das letras. Por o ter considerado monumental e "GRANDE AULA DE HISTÓRIA E MORAL", acabei por roubá-lo da sua página do face book, transplantando-o aqui a fim de O partilhAR com os meus leitores mais fieis.
 
Indecências

Sinto profunda nostalgia de alguns aspectos da "ditadura do proletariado" que nos governou até aos 90. Daqueles tempos, guardo algumas boas lembranças da disciplina, da solidariedade, da decência e outros.
Naqueles tempos, ninguém ficava indiferente a um óbito em casa do vizinho; ninguém assobiava para o lado à passagem de um cortejo fúnebre. E, claro, mulher alguma ia ao funeral para mostrar as pernas ou as mamas.
Naqueles tempos, a ODP reprimia, adequadamente, as afrontas à moral pública. Cidadãos surpreendidos em actos merecedores de algum recato, como sejam namorar ou, mesmo, ir um pouco mais além, eram apropriadamente açoitadas com catanas. Fossem eles quem fossem. Aliás, naquela altura, todos éramos, apenas, angolanos. Ser filhinho de papai é invenção dos dias hoje. Naqueles tempos, o que orgulhava as famílias era ter um membro nas FAPLA. Hoje, como se sabe, os motivos de orgulho são outros: cifrões e sobrenomes.
As pessoas que estão abaixo da minha geração acreditam que corrupção em Angola é chaga que vem do passado. Não é nada. No "meu tempo" corrupção ...só nos livros.
Quando olham para as fortunas de algumas famílias, as gerações mais novas podem ser induzidas a pensar que esse processo de acumulação vem do passado. Nada mais falso! Há 20 e poucos anos, todos, ou quase todos, estávamos no mesmo patamar. Sem fortunas, mais felizes da vida.
Naqueles tempos todos éramos todos os tais " ana mbuiji tu dila xinji dimixi", cantados pelo inesquecível David Zé.
Mas do que tenho mesmo muita saudade do passado é da decência. Naqueles belos tempos era de todo inconcebível que um cidadão angolano se apresentasse aos balcões da TAAG para fazer check in de calções e camisola sem manga, os chamados parte os cornos. Aliás, pessoas assim vestidas seriam travadas a vários metros da entrada do aeroporto.
Hoje, faz-me imensa confusão que a um matulão de 20 ou mais anos seja permitido viajar nos aviões da TAAG de tangas e parte os cornos. Onde é que já se viu isso? Por causa desses liberalismos, até mesmo os vôos internacionais da TAAG estão transformados em quitandas de mau cheiro porque se permite que matulões viagem de camisolas sem manga, expondo os seus sovacos a outros passageiros. Ua, meu Deus, quanto dibuzo sai daqueles sovacos...
Por tudo isso quero deixar aqui uma sugestão: que a TAAG, a Alfândega, SME e outras autoridades que operam nos nossos aeroportos internacionais travem a indecência. Calções são para crianças. Adulto que se apresente num aeroporto para uma viagem indecentemente vestido deve receber ordem para fazer QRF imediato.
Aliás, como podem mãe, esposa ou namorada que se prezem permitir que o seu ente saia de casa de "cuecas" e bibe para uma viagem?
Eu não acredito que o mundo ache graça alguma ao facto de alguns angolanos preferirem viajar mal vestidos. Pelo contrário.
Se dependesse exclusivamente de mim autorizaria a TAAG o exercício do direito de preferência.
Todas as discotecas de Luanda vedam o acesso a pessoas inapropriadamente vestidas. A TAAG, um dos principais símbolos do país, deveria, no mínimo, ser autorizada a adotar procedimento similar.
Em homens adultos, calções, chinelos e parte os cornos são trajes de quintal e praia e nunca para viajar em avião público.

 
* Título do autor do Blog.
- Texto de Graça Campos com o título "Indecências".

segunda-feira, abril 15, 2013

ENTRE O BAIRRO E O 5º ANDAR

Quando essa bananeira (foto)saiu de Catoca, Lunda Sul, era um "botão" com poucos centímetros. Hoje já tem um rebento e o primeiro cacho está para breve.
Agricultura é paciência. É "correr por gosto".
Aos meus amigos que me dizem para "deixar o bairro (Viana) e ir ao Nova Vida", digo que É isso que me retém no bairro.
Gosto de seguir o crescimento das minhas plantas, colher as primeiras frutas e ouvir o chilrear dos passarinhos logo pela manhã. São os meus despertadores, algo que jamais terei no quinto andar do edificio público e com espaço limitado.

quarta-feira, abril 10, 2013

DESABAFO DUM EX-PRATICANTE QUE ANSEIA POR AUTO-REGULAÇÃO NO JORNALISMO ANGOLANO

Há muito sem vem debatendo se "o jornalismo angolano é de facto uma classe".
 
No meu ponto de vista, falta coesão, falta uma entidade associativa forte e abrangente que leve ao processo de auto-regulação.
 
Tenhamos como exemplo os enfermeiros: têm uma ordem que regula o exercício da profissão, sejam eles de nivel básico, médio ou superior. Aliás, desapareceram os cursos básicos de enfermagem. E nem todos que usam batas nos hospitais são enfermeiros: uns saão maqueiros e ou assistentes de limpeza.
 
No jornalismo angolano, a coisa ainda está confusa. Kuduristas, simples locutores, e jornalistas de facto aparecem misturados na mesma "sopa". Todos dizem que são jornalistas, como se não fosse preciso escola e estrada para se ser, de facto, um jornalista; Como se o jornalismo fosse das profissões mais banais e irresponsáveis...
 
Torna-se ingente uma instituição que ponha ordem na coisa. Ou formação comprovada ou estrada comprovada que dê equivalência ao título. Quem não é jurista não exerce advocacia.
 
Quem não é formado em medicina e com cedula da ordem não exerce medicina em Angola. Até os psicólogos criaram uma ordem.
 
Que falta aos jornalistas para colocarem ordem na casa?

Com esse estado de coisas não me espantarei se um dia vier alguém lá do "morro" e extinguir a profissão de jornalista e a substituit por uns kuduristas ou propagandistas...

quinta-feira, abril 04, 2013

QUANDO FOI LANÇADO O SLOGAN “UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO”?

  •  Em “Agostinho Neto e a Libertação de Angola”, Vol. V, pg 148, descobri que este slogan foi lançado/pronunciado pela 1ª vez por Agostinho Neto, a 4 Fev. 1970, no campo Vitória é Certa, Lusaka/Zâmbia.
  • As palavras de ordem eram “uma luta contra o tribalismo/regionalismo que afectava o MPLA”.

    DE KABINDA AO KUNENE: UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO!