Quando os encontrei, era já noite.
Brincavam: uns geriam uma barragem hidroeléctrica. Outros eram os chefes imediatos. Havia os chefes dos chefes e um chefe máximo que baixava ordens a todos. Era o "OS".
Sabendo que eu os mandaria fazer as tarefas escolares, combinaram que alguém ficasse ao lado da barragem (disjuntor), para tão logo recebesse a "ordem superior" do seu chefe, baixasse o interruptor.
E assim fizeram. Sei lá de onde puxaram a ideia, os meus filhos e sobrinhos. Entre os sobrinhos junto filhos de vizinhos que me tratam por tio.
Bastou o meu "boa noite meninos" para ouvir, num canto qualquer da casa, o grito "baixa a barragem, ordem superior".
De imediato, eu que me preparava para, como sempre, manda-los fazer os deveres de casa, fiquei na escuridão.
Muxoxei para a coitada da Ende. Tinha caído num ardil dos infantes.
Esses miúdos de hoje em dia são perigosos. Isso mesmo. Perigosos. Inventivos. Custa acreditar. No meu tempo de undengue éramos habilidosos em fazer coisas experimentáveis, objectos. Hoje teatralizam nossas vidas.
- Fidacaxa!
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