Sinto-me feliz quando vejo meus amigos e contemporâneos a ascenderem a cargos de responsabilidade. Ainda são poucos aqueles que sobem ou que tenham já subido por mérito, que olham para baixo e que se recordam das duras jornadas em comum, reconhecendo as potencialidades dos que "ainda" não subiram. Tenho porém certeza que à medida que nos formos forjando académica e profissionalmente esse número crescerá de ano para ano.
Elogio também os eternos amigos, aqueles que estando já no "1º andar", não ajudam com dinheiro ou com simples convites para jantares em chiques restaurantes ou instâncias turísticas, mas que dão ideias e sugerem caminhos... Esses dão os anzóis em vez de peixe a quem tem "fome".
Tenho amigos que se encaixam na descrição supra. Só não os nomeio para não coibir outros amigos que, embora não tenham ainda demonstrado este lado positivo duma amizade, podem ser excelentes. Não depuro ninguém. Apenas elogio as qualidades.
Os meus últimos dias foram marcados por dois exemplos: um amigo, que é editor-chefe num jornal, sugeriu-me que passe a escrever (melhor, que mande) crónicas e contos ao "seu" jornal, a fim de serem publicados. Embora não me tenha garantido dinheiro, trata-se de isca e anzol. A mim interessa que as minhas criações artísticas sejam conhecidas. Nem todo o ganho se resume em dinheiro. Uma outra amiga (não é minha contemporânea directa. É uma década mais velha), procurou-me, fazendo mais de mil quilómetros, para trocar ideias e sugerir inovações, quer ao meu desempenho profissional, quer à minha auto motivação. Haverá prenda melhor de um amigo do que nos "ensinar" a trabalhar?
Os meus amigos de verdade hão de se rever nessas palavras de agradecimento.
Estamos juntos!