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quarta-feira, julho 30, 2008

O LIBOLO ESTÁ NA MODA


Quando em 1988 ensaiei os primeiros e únicos toques de bola, no Cambuco Futebol Clube, com o professor Quim-Quim, nunca me passou pela cabeça, nem a mim, nem aos meus colegas, nem mesmo ao Quim-Quim, que transcorridos anos, aquele Clube seria hoje o orgulho de todos. E não é em Vão que sempre que me refiro à melhor equipa de Futebol do país, as pessoas olham para mim e logo perguntam: é ao Libolo que te referes?

- Pois claro!

O Desportivo do Libolo, esta equipa que para a sua qualificação ao campeonato principal de futebol em Angola, teve de esperar por um jogo entre o Desportivo da Caála e o Onze Bravos do Maquis, já no fim do campeonato, pois a FAF tinha dado como procedente uma reclamação do Caála, devido a uma falta de comparência que lhe havia sido averbada, teve ainda o azar de ter sido baptizada pelo valente D’Agosto que lhe infringiu uma derrota de 4-0 na cidadela.

Pouco ou ninguém mesmo acreditava numa reviravolta, tirando os seus jogadores, os técnicos, os patrocinadores, e nós, os libolenses que todos os dias juntamos as nossas sinergias, para, onde quer que estejamos, gritarmos bem alto o nome da equipa que nos representa.
Depois de um empate diante do D’Agosto com sabor à desforra, depois de termos passado pelo ASA, INTER e outras equipas, tidas como do nosso campeonato, é chegada a hora de travarmos o líder do campeonato, Petro de Luanda. Força e vontade é o que em nós mais transborda. Luta e suor, isso haverá até ao apito final do árbitro. E para fazer com que sigamos de vitória em vitória até ao erguer da taça, mais do que assistir aos jogos e pagar quotas, se é que já se pagam, o Libolo precisa de fidelizar a sua massa associativa.

Ter os seus próprios adeptos e partir, tão cedo, para a criação de uma SAD/Empresa com vários serviços em prol do emblema.

O LIBOLO Precisa de criar a sua marca e geri-la de acordo com as perspectivas e necessidades do momento. Precisará de implementar o “marchandizing” e “marketizar” a marca.

Precisará ainda de produzir e vender produtos. Colocar à disposição dos adeptos os feitores das alegrias dos libolenses para fotos e autógrafos.

Criar um Site onde se registem os principais acontecimentos da vida do clube permitindo assim a internacionalização do nome e da marca.
Os momentos altos devem ser aproveitados para se fazerem os grandes alicerces de modo que as nossas alegrias não se transformem em choros no amanhã, como terá acontecido com os Andorinhas ou Sporting, ARA, entre outras equipas que ascenderam ao Girabola e de imediato desapareceram.

O LIBOLO ESTÁ NA MODA! O LIBOLO DEVE SER UMA MARCA!

Luciano Canhanga

quinta-feira, julho 24, 2008

QUERO SER PAI: ALUNO NA AULA DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

Na aula de ciências integradas, terceira classe do ensino oficial angolano, o professor falava de profissões. Estávamos no ano de 1997. A fome ainda apertava muitos lares. Com ela o analfabetismo e a desvalorização da criança na família.


E o professor ia perguntando.
Joana, eu sou jornalista e professor: Quando fores grande que queres ser?
- Eu, sô pessor, enfermera.
Ok, disse o professor. _ E tú, Miguel?
-Taxista, professor.
Mas taxista porquê? perguntou o mestre.
_ Porque faz muito dinheiro e tem bué de blai's (mulheres).
E o Matadidi que espera ser?
- Eu quero ser pai, sô pressor!
Pai, como assim? indagou o professor.
Porque os pais "comeum" bué!


O aluno não foi maltratado, mas moral para se dar sequência à aula já não havia. E teve de ser dada uma pequena borla, antes do intervalo, para retomar a lição no tempo que estava reservado à aula de Português.

Obs: facto vivido
Luciano Canhanga

sexta-feira, julho 18, 2008

“O NOSSO REI VAI ENTRAR NA TRIBUNA”


É título duma canção antiga do Carnaval, ainda, da Vitória. Mas a citação serve hoje para me referir ao herdeiro dos Ekuikui’s, reis da Mbala yo Lundu (Bailundu).

7. Katyopololo Ekuikui IV (na foto de branco), rei do Bailundo, é o número sete da lista dos Deputados à Assembleia nacional propostos pelo MPLA.

O Velho, já acima dos oitenta, é pouco falador, pelo menos em português. Em Umbundo, sua língua materna e de trabalho, ele fala e muito bem. E gostaria de ouvi-lo e vê-lo expor as suas ideias num parlamento que ficará sem o Kota Uanhenga Xito (Ti-Mendes de Carvalho). Pena mesmo é que lhe vão exigir que se expresse em “língua alheia”, ficando assim apenas a fazer número ou a descontar um pouco de sono, já que a guerra vivida fez com que o rei Katyopololo ficasse muitas noites a fio.

Enquanto jornalista, já entrevistei por duas vezes. A Primeira foi em 2002 no Bailundo aquando da inauguração, pelo PAM de uma pequena ponte metálica, a poucos quilómetros da municipalidade. A segunda vez foi no congresso do MPLA em 2003. E notei que têm ideias. Mas as expões melhor quando interrogado na sua língua, umbundu.

8. Luís Nguimbi é oitavo da lista. O Secretário-Geral do CICA- Conselho de Igrejas Cristãs de Angola foi acenado e não resistiu. Apenas resta saber se vai acumular ou se vai abdicar do cargo eclesiástico.
No lugar 51 da lista está: Autoridade Tradicional das Lundas. Sei que há um rei e um diferendo entre a realeza. Estou pouco documentado sobre os critérios de escolha do soberano Lunda e se aquele que reina na Lunda Sul também o faz na Norte. Se calhar o proponente terá pensado nisso ao indicar apenas na posição 51-Autoridade Tradicional das Lundas. E a pergunta é quem é?
66. Lopo Fortunato Ferreira do Nascimento e 71. Fernando José de França Dias Van-Dúnen foram reconduzidos, mas Marcolino Moco ficou de fora. Os três já foram “Premier” de um mesmo governo, o do MPLA, e cada um saiu como saiu.

Na posição 93. Welwitchia dos Santos Pêgo é a filha mediática do Chefe de Estado. 99. Fabrice Alcebíades Maieco (Akwá) também foi proposto e pode entrar aquando dos reajustes, tendo em conta que muitos da linha da frente são também ministros ou "ministeriáveis". Terá, Akwá, boca para mandar no parlamento? Ou será dos que vão apenas fazer número?

São 130 efectivos propostos. Quanto aos suplentes deixo para si as considerações.
SUPLENTES
1. Rosária Chandalawa Capamba
2. Manuel Teodoro Quarta
3. Manuel Figueira Calunga
4. Isabel Malunga
5. José Gabriel Paiva “Coração de Angola”
6. Elisa Wiemba
7. Pedro Sebastião Teta
8. Vasco Pedro José
9. Maria de Lourdes Veiga
10. Rodeth Teresa Maquina dos Santos
11. Maria Sebita João Pertence
12. Palmira Leitão Barbosa
13. Domingos Manuel Nginga
14. Eufrazina Teodoro
15. Luís Domingos
16. Eufémia Ambeleleni
17. Afonso Morais Kuedy
18. Jorge Marques “John Bella”
19. Paula Simons
20. Maria Mpava Medina
21. Filomena José Trindade
22. Maria Teresa de Jesus António Komba
23. Jorge Leão Peres
24. Milton Malheiro D. da Silva
25. Hermínia S. Mateus Mac-Mahon
26. Américo Kwononoca
27. Ananias Escórcio
28. Manuel Francisco Tuta “Batalha de Angola”
29. Eduardo Gomes Nelumba
30. Manso João Miranda Pascoal
31. Maria de Lourdes Carneiro Alves
32. Manuel Viage
33. Maria Fernanda de Carvalho Francisco
34. João Baptista de Matos
35. Margarida Ulissavo
36. Agostinho José Neto
37. Maria Idalina Victória Pereira
38. Maria do Carmo Nascimento
39. Maria Salvadora Vasconcelos
40. Catarina Béua
41. Mateus Miguel Ângelo “Vietname”
42. Antónia Nelumba
43. Jacinta F. Rocha Santos
44. Amélia Ngonga
45. António Rosa

Publicado por: Luciano Canhanga

domingo, julho 13, 2008

ABC da IURD: É FILANTROPIA OU PUBLICIDADE?


Sempre que olhei para o aparato promocional e publicitário da "nossa" AJAPRAZ -Associação de Jovens Angolanos Provenientes da Zâmbia-* (?) nunca me passou pela cabeça que um dia esta organização "politico-filantrópica" viesse a ganhar um concorrente ao seu pé, e que directa ou indirectamente se socorre também do dinheiro dos pobres e ricos distraídos.

Quero refiro-me à ABC (Associação de beneficência Cristã), o rosto propagandístico-social da IURD.

Se o que os move é apenas caridade, porquê de tanta publicidade como se de uma campanha eleitoral estivesse a participar?

É que os propagandista nem se dão ao trabalho de pensar que uma mulher por mais que ore não engravida sem homem ao lado e sem que aconteça a ovulação no período correspondente à cópula. Ignoram isso julgando-nos cegos de tudo. E também vão ignorando outras coisas como ter a ABC à frente de uma suposta caridade que no fundo tem como objectivo levar mais dinheiro para o Brasil e outras paragens.

Venha cá alguém dizer que se justifica tanto dinheiro gasto em publicidade de pequenas Acções sociais da ABC. É que qualquer “homem de olho atento” pode notar que gasta-se mais em publicidade da ABC e IURD do que se dá aos “pobres”.

Sempre desconfiei de gatos escondidos com cauda de fora.

A ABC da IURD: É Filantropia ou Publicidade?


* Digo nossa porque vive a custa do nosso dinheiro público, pois é tida pelo governo como instituição de utilidade pública e por isso subvencionada.

Luciano Canhanga

terça-feira, julho 08, 2008

A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO KUANZA-SUL NO MAPA DE ANGOLA


Quando o agora Dr. Mário Guerra ler estas frases óbvio que se lembrará de um debate tido na LAC em 1997. Estávamos a sair do IMEL, curso médio de Jornalismo. Ele, o Mário, já era jornalista daquela casa emissora. Uma colega minha, que agora é vedeta na TPA, dissera em um texto lido ao microfone, que o município do Wako-Kungo estava localizado na província do Huambo.

Tenha sido engano ou puro desconhecimento dela, óbvio que hoje ela já não é a mesma pessoa de há 11 anos. Volto aqui para, mais uma vez, debater a localização do Kuanza Sul no Mapa de Angola.

Acabo de ler na ANGOP uma prosa desportiva em que se diz que Libolo é um município do Sul de Angola. Só pode ser doutra província que não seja a do Kuanza-Sul!

Já por várias vezes fui chamado de “sulano” (sulino é o correcto). Até que me agrada e porque me identifico quer com os homens do Centro, erradamente tratados por sulinos, quer com os do norte, região a que julgo pertencer.

Olhando para o Mapa de Angola e se o tivermos que repartir em 4, nomeadamente: Norte, Centro Sul e Leste. Encontraremos no Centro as Províncias do Huambo, Bié e Benguela. Pela sua posição podemos também enquadrar neste espaço geofísico o Kuanza Sul (a Norte do Centro e a Huila (a Sul do Centro).

No Norte estão o Kuanza-Norte, Bengo, Luanda, Malanje, Uige, Zaire e Cabinda. No Leste (Nordeste) encontramos o Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, havendo quem coloque Malanje, pela sua extensão neste grupo. Ao sul encontramos as províncias do Namibe, Cunene e Kuando-Kubango, havendo igualmente quem coloque aqui a província da Huila.

Nota-se que as províncias que podem ser colocadas em mais do que um grupo são zonas de transição.

E a transição não é apenas geográfica, é também etnolinguística e cultural, dai, os povos do Kuanza-Sul, por exemplo, se identificarem com os do Centro e os do Norte. Mas, Província do Sul, meus senhores, isso não! Kuanza-Sul, nunca foi e nunca será sul de Angola, a menos que se esteja a olhar para um outro Mapa!


=Luciano Canhanga=

quarta-feira, julho 02, 2008

DEVE OU NÃO A POLÍCIA PROMETER ACÇÃO


Notamos, mais uma vez, aquando da tomada de posse do Comandante Provincial da Polícia de Luanda, Quim Ribeiro (na foto), as velhas promessas de combater energicamente a criminalidade na capital angolana.

Sendo missão da nossa Polícia Nacional fazer com que vivamos mais tranquilos, é justo que a corporação e seus chefes venham cá com promessas?
Não seria melhor ela, a polícia, agir e esperar que a população, por si só, veja as melhorias e "piorias"?


Luciano Canhanga