Depois da vitória da selecção nacional de futebol no Ruanda por 0-1, resultado que serviu para o apuramento de Angola ao Mundial de Junho na Alemanha é agora a vez da reflexão.
Reflexões em torno do “Day After” marcaram a manhã da LAC de Segunda-feira, 10 de Outubro, com entrevistas a conhecidos dirigentes desportivos como Rogério Silva que já dirigiu por mais de uma década o Comité olímpico Nacional, economistas como José Cerqueira conhecido pelas suas análises e pelo SEF de que foi pai, e empresários da praça Luandense.
Cada um à sua maneira, com as habilidades que tinha, com os conhecimentos possíveis ia analisando e reflectindo apanhando um canto do “globo”. Os jardineiros e lavadores de carros por sua vez, analisavam as fotos do acto de recepção dos campeões chegados a Luanda no Domingo, dia 9 de Outubro, e não era despropositado que tal tivesse acontecido entre os homens da higiene: Na véspera tinha faltado energia eléctrica em muitos bairros da capital e nem todos puderam, ver na televião a chegada dos palancas Negras. Há que servir-se das fotos publicadas no Jornal de Angola.
Aqui, no diário nacional com o título “Bravo!”, apresentava-se o presidente da república e sua esposa de um lado e o capitão dos Palancas Negras Akuá, de outro lado, todos sorridentes.
Na expressão facial a Primeira-Dama parecia dizer "parabéns" a Akuá e o presidente a dizer “Bom Trabalho” elogios a que o capitão correspondia com semelhante sorriso e alegria.
Porém, à medida que vamos baixando reparamos que falta correspondência (pelo menos é o que parece numa primeira impressão) nos “apertos de mão”. O Presidente da República segura com a mão esquerda o braço direito de Akuá, mas mantém o braço direito esticado e a mão a “apertar vento” pois o capitão da selecção de futebol já a tinha soltado (depreende-se) e “a caminho” de apertar a mão de Ana Paula dos Santos.
Foi aí que um dos “lava-carros” chamou-me a perguntar:
_ "Kota Canhanga! Já viste esta foto? Parece que Akuá ‘tá ‘mbora a dar um corte no presidente". Porque? - Ironizou o rapaz.
Ao questionamento do rapaz seguiram-se várias análises de carácter técnico e outras meramente intuitivas. Um debate que não ficou pela LAC onde jornalistas perderam cerca de vinte minutos a olhar para foto e a colocar vários “ses”.
Se o presidente avançava para outra pessoa, se a Primeira-Dama apressou-se a esticar a mão e Akuá foi forçado a largar a mão do presidente, se tal, se…
“Ses” que foram parar ao curso superior de comunicação social do ISPRA e que continuaram a ser “ses”.
Construíram e desconstruiram a mensagem, no caso a foto, tentando enquadrá-la em vários cenários e mesmo assim continuaram os “ses”.
-Se o fotógrafo tivesse tirado exactamente o momento em que “cara-a-cara e Mão-a-Mão” o presidente e Akuá trocavam saudações não teria a foto sido melhor expressiva?
Uma pergunta que continua no ar apesar de mais de uma hora de discussão entre estudantes do terceiro ano de Comunicação Social.
“Olhoatento” já sabe que a foto foi tirada no momento em que o presidente se preparava para saudar o jogador que vinha atrás do Akuá, porém nada melhor do que ver a foto no Jornal de Angola e Jornal dos Desportos, ambos do dia 10 de Outubro de 2005, e criar a sua opinião em relação à mensagem.
By: Soberano Canhanga