Só quem, por acaso, se vê forçado a ir a uma unidade policial (de Angola) sabe quão doloroso é. Para mim, não foi a primeira vez que "bebo do fel" do despreso, da desatenção e da coação silenciosa para "soltar" algo que mate a sede ou a fome do polícia.
Desta vez, estive numa unidade da polícia de trânsito, devido a um motoqueiro que partiu o STOP da viatura que conduzia. Levados à esquadra, e com a carta de condução e bilhete de identidade no bolso do agente que de imediato tomou conta da ocorrência, fiquei entregue a ninguém das 9 às 14h00 momento a que fui "solto" sem uma guia sequer de que estive naquela unidade, para justificar diante do meu patrão. E, sempre que perguntei sobre a instrução do processo e a responsabilização do infractor a resposta foi: "chefe, não posso trabalhar rápido, ganho pouco e o salário nunca andou".
E como se não bastasse, o motoqueiro não tinha nenhum documento ne termo de residência, tendo o agente de forma despreocupada me ordenado: "como ele não tem documento, nem se conhece a casa dele, vai com ele até á casa dos familiares a fim de se entenderem sobre o pagamento do Stop".
Neguei. "O Senhor está a me dizer para ir sem polícia a casa dum individuo que nem vocês conhecem? E se me baterem?
- Hum, aí vocês já éque sabem, mas não vão te fazer nada!- defendeu-se o agente, sem mais argumentos.
Conclusão: Perdi o dia todo na polícia, nem número do processo me deram., largaram o motoqueiro que apenas viou apreendida a mota na esquadra, não sabendo se já a devolveram a troco de uns tostos.
E eu, cá estou: cansado, vilipendiado e aborrecido comigo mesmo e com a polícia que temos. É que se tivesse levado a motorizada à minha empresa, a situação teria andado. No mínimo tinha como explicar que não fui culpado do acidente... Dá p´ra acreditar neste órgão?
Dia 25.11.2011
Decidi desabafar junto a um amigo que é director Provincial da Polícia Ordem Pública que de imediato orietou que o seu oficial de diligência me levasse à congénere políca de transito e resolvesse o caso.
11H30
Lá fui acompanhado do Insector-Chefe (três estrelas ao ombro e braçal no braço). Postos na polícia, aquilo que parecia ser trivial complicou-se.
Expus o caso ao agente que supostamente está a cuidar do assunto e exemplifiquei que "preciso dum auto-de-ocorrência que ateste que sofri acidente e não provoquei. Preciso de justificar ao meu patrão pela falta e ao dono da viatura, que é da rent-a-car, para que saiba que não tive culpa nos danos provocados á viatura e para que não me apliquem um processo disciplinar.
O Homem (agente de primeira devidamente identificado) rispostou que bastaria eu ligar.
Voltei a reexplicar que "a polícia tem de me dar uma papel que diga que alguém bateu no carro e a polícia está a cuidar do caso"...
O homem enervou-se e meteu-se aos gritos: "como é que vou fazer um documento que aqui nunca se fez? Esse homem é cmplicado... A polícia de transito só passa notificação, se quem errou não é ele que documento lhe vamos passar?... Eu já disse ao homem para ir com o infractor à casa deles para que a se entendesse com a família do motoqueiro"... (imagine que eu, desacompanhado de polícia, fosse à casa do infractor que de imediato se faria passar de vilão à vítima... livre-me Deus).
Tal reacção, assim dita e acompanhada de musculados gestos, irritou o inspector-chefe que com muita diligência procurou por um individuo de patente maior, mas, ledo engano. Um inspector da mesma corporação, quando explicado sobre o sucedido e o que o prejudicado pretendia ainda insinuou que lhes estava a chamar de incompetentes e a complicar-lhes a vida.
Pedi ao inspector-chefe, que me acompanhou, para que nos retirásse-mos, assumindo a minha falta perante o patrão e a culpa perante o dono do carro, já que a polícia de trânsito não tem competência para passar uma informação ao meu empregador, nem ao dono do carro.
Agradeci ao oficial de diligência e ao meu amigo Superintendente (DPOP) e estou aqui, mais frustrado do que ontem.
- Dá p´ra acreditar neste órgão?