Mesmo com a "questão Constituição" ainda por arrumar (falta a correcção de dois aspectos citados pelo Tribunal Constitucional e ractificação pelo PR), José Eduardo dos Santos acabou por fazer remodelações profundas no Executivo, adaptando-o à Nova Carta Magna aprovada pelo Parlamento.
Uma nota lida às 21h30 na Rádio Nacional indica que o Presidente da República, JES, ouvido o Bureau Político do MPLA, nomeou Fernando da Piedade Dias dos Santos "Nandó", actual presidente do Parlamento para Vice-presidente da República ao passo que o actual Primeiro-Ministro, Paulo Cassoma, vai ocupar a vaga que Nandó deixa no Parlamento.
No Executivo houve várias mudanças, fusões, inovações e também continuidades. Na educação, Burity da Silva é substituído por Mpinda Simão. Carlos Feijó é indicado para Ministro da Casa Civil do Presidente dá República, Carolina Cerqueira substitui Manuel Rebelais na Comunicação Social e Kuata Kanawa é agora Ministro para os assuntos parlamentares. Kundi Paihama deixa a defesa onde é substituido por Cândido Van-Dúnem e é agora o titular dos Antigos Combatentes e Veterenos da Pátria.
A indústria foi casada com Geologia e Minas que ficam sob tutela de Joaquim David, passando Makenda Ambroise a Secretário de Estado.
Aguentaram-se nos postos: Pitra Neto no MAPESS, Helder Vieira Dias Kopelipa na Casa Militar, José Van-Dúnem na Saúde, Gonçalves Muandumba na Juventude e Desportos, Genoveva Lino na Família e Promoção da Mulher, João Baptista Kussumua na Assistência e Reinserção Social, José da Rocha nas Telecomunicações e tecnologias de Informação, Augusto Tomás nos Transportes, Fátima Jardim no Ambiente, Gulhermina Prata na Justiça, Assunção dos Anjos nas Relações Exteriores, Rosa Cruz e Silva na Cultura e Emanuela Vieira Lopes na Energia e Água.
Maria Cândida Teixeira é agora Ministra do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia ao passo que Idalina Valente rege agora o Comércio e Turismo com Pedro Mutindi como secretário de Estado do Turismo.
O Ministério do Interior continua com Leal Monteiro Ngongo, Bornito de Sousa substitui Fontes Pereira na Administração do Território, ao passo que Ana Dias Lourenço continua no Planeamento. Manuel Júnior é agora Ministro da Coordenação Económica ao paso que as Finanças ficam sob tutela de Carlos Lopes.
A Agricultura casa com as Pescas e são coordenadas por Pedro Kanga, mantendo-se nos Petróleos Botelho de Vasconcelos. O Urbanismo fica aglutinado com a Construção e ficam "nas mãos" de José Ferreira. Bento Bembe conserva a pasta de Secretário de Estado para os Direitos Humanos com equivalência ministerial em termos de reportabilidade.
No total, o novo Executivo tem 30 Ministros, 52 Secretários de Estado e Vice-Ministros, para além do Presidente e do Vice-Presidente, algo que contrasta com o anúncio prévio de JES segundo o qual "o Governo a nomear seria mais enxuto".