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sexta-feira, outubro 31, 2008

REACÇÕES

Reproduzo aqui apenas as reacções ao telefone.
Daqui se pode aferir quem são os meus amigos.

1- Toninho, meu amor! não te estresses. Com vida tudo se reconstrói. Olha que em 2000 também perdi tudo. Pensa em nós...
2- Senhor, o dinheiro da casa também roubaram? Olha que o miúdo já não tem leite!
3- Ai, meu Deis! Ti-Yano, como é que foi? Tens o comprovativo do despacho da bagagem?...
4- Luciano, Tens dinheiro para a família? Se precisares de algo para cobrir...
5- ... Amigo, vamos rezar para que apareça... Não desanimes...
6-Chefe, como é que foi? Já contactaste a companhia? Tens que apresentar reclamação...



quinta-feira, outubro 30, 2008

QUANDO A DESGRAÇA MORA NO AEROPORTO


Trabalha longe da família há mais de dois anos e meio. O seu posto de trabalho fica a 1000km de Luanda e são duas horas de avião. De tantas idas e retornos, umas em gozo de licença e outras em serviço, viu a mala de viagens cansada. Gasta pelo tempo e pelas cargas e descargas ao avião.
Decidiu trocá-la por outra. Não que fosse de grande valor monetário, mas que aliviasse o sofrimento da antiga companheira que fica agora para o arquivo de livros ainda sem lugar certo.

O transito de Luanda e o trabalho vespertino/nocturno numa gráfica de Luanda fé-lo chegar tarde à casa. Pediu à mulher que todos os seus pertences imediatos fossem colocados na nova mala e atirou-se para o sono. Chegou a madrugada. Estava na caixa negra com 4 rodas e um cadeado ainda por ensaiar, tudo quanto tinha. Documentos pessoais, dinheiro (trocos), documentos de e do serviço, material de trabalho pessoal e material do serviço, roupas e inclusive a sua alegria de viajar com a nova mala empunhada na mão direita (como ele gosta de fazer referência).

Do Mártir ao Terminal da SAL fez-no num candongueiro (deixou o carro para não criar outros problemas). No terminal, onde colegas das R.P. aguardam os passageiros da companhia saudou e fez-se anunciar. É conhecido (nosso puto, isso dizem os cotas das R.P.) e nem precisou abrir a mala para nele retirar o crachá. Com o talão de embarque na mão, (ou no bolso da camisa amarela?) entregou a mala à pesagem e dirigiu-se seguidamente à sala de embarque (o rapaz do peso garantiu que se encarregaria de pôr a mala no embraier).

Ainda não refeito do sono e do cansaço da jornada anterior experimentou um curto sono sem sucesso (mosquitos famintos tentavam "bifá-lo") até que às 7h30 toca o "sino": Passageiros para... é chegada a hora.
Nas duas horas, aproximadamente, de viagem nem sequer pensou na bagagem. Apenas no trabalho que o aguardava... Tricotavam ideias e prováveis soluções. Sorveu um sumo de maçã e depois pediu um café ao que lhe foi acrescentado um pão com queijo e fiambre.

Terminou a viagem. Está sol aberto, embora com algumas nuvens lá em cima ameaçando chuva em algum lugar qualquer, não muito distante. Descem os passageiros e abre-se o porão. Conta as malas e outras bagagens e o porão se esvazia sem que dela saia a sua "queridinha".
_ "Algo algum" , exclama. A minha mala não veio.
Fazem-se diligências, telefona-se para este e para aquele, sugerem-se pausas.
_"Liga p'ra mim dentro de dez minutos", recomenda-se.
Passam os dez e pedem-se outros trinta minutos. Passam os trinta e vem o "lamento não a vimos. Faz carta para a direcção da transportadora com cópia ao nosso chefe".

Pânico. Mas a calma regressa. Faz-se o rabisco para a direcção da transportadora aérea, com escritório ainda incógnito. Comunicam-se as chefias... Pede-se ao banco a movimentação de valores para contas de dependentes directos (é que até os códigos secretos do banconet, recebidos ontem, ainda nem foram abertos e estão na mala).
"Quando não se conhece o autor pensar em gatuno não é pecado", conselho da tia Maria quibalista, ali no Rangel, nos tempos de undengue.

Diligências feitas, a carta vai dar entrada amanhã, talvez na tal direcção da transportadora e aguardar que encontrem a "querida pretinha de rodas ainda virgens" eventualmente numa paragem qualquer.
Daqui em diante, localizar cópias do B.I. Passaporte e etc. e requerer segundas vias. E não é pouca a papelada extraviada, para não falar dos trapos de última geração.
O personagem sou eu.

Luciano Canhanga

segunda-feira, outubro 20, 2008

GIRABOLA: DOCE FINAL


GIRABOLA

Assim se chama o principal campeonato angolano de futebol, inaugurado em 1979.

São 14 equipas que disputam a taça, estando à frente do campeonato os petrolíferos de Luanda que somam 52 pontos, seguidos pelo D’Agosto com menos seis. Nas posições imediatas estão o estreante Recreativo do Libolo com 41 pontos e o Santos FC com 38. Estas duas últimas equipas são ainda pré-finalistas da Taça de Angola, outra competição que habilita o vencedor às Afro-taças. Assim sendo, nas competições sob a égide da Confederação Africana de Futebol estarão o Petro de Luanda e 1º de D’Agosto (1º e 2º do Girabola) e ainda o Libolo e/ou o Santos Futebol Clube. Um pela terceira posição e outro eventualmente pela conquista da Taça de Angola em que ainda estão igualmente na disputa o 1º de Maio e o Sagrada Esperança.


O despique para a conquista do campeonato é seguido também emocionalmente pela conquista da bota de prata (troféu para o melhor marcador). Santana (na foto), jogador do Petro, soma 16 tentos secundado por Love, do D’Agosto, com menos 1 tento rubricado. Na terceira posição vem Reginaldo, do Recreativo do Libolo, equipa que ocupa igualmente a terceira posição no campeonato.


Olhando para as edições do GIRABOLA, já realizadas desde 1979, o troféu foi 13 vezes à casa dos petrolíferos de Luanda, 9 vezes ao rio seco, casa dos militares do 1º de Agosto, 3 vezes ao aeroporto, recinto do ASA, 2 vezes à rua Domingos do O, recinto do 1º de Maio e uma vez para o Inter e Sagrada Esperança, respectivamente.


Ascendentes e descendentes

Se a luta pela conquista do GIRABOLA está praticamente definida, pois ao Petro restará apenas um empate, diante do Desportivo da Huila, para abrir o champanhe, quando lhe restam ainda dois jogos, o mesmo não acontece na cauda onde pontificam para a descida de divisão equipas como o Benfica do Lubango (20 pontos em 24 partidas), Petro do Huambo, Bravos do Maquis, Kabscorp do Palanca, entre outras que ainda não têm a permanência definida como é o caso do Campeão em título, Inter e o Sagrada Esperança.


Definidos estão já aqueles que sobem à divisão maior do futebol angolano. A Académica do Lobito (Benguela), Académica do Soyo (Zaire) e o Desportivo da Caála (Huambo) confirmaram no fim-de-semana os respectivos passes que os habilita ao retorno ao GIRABOLA onde já militaram em tempos idos, com excepção da turma da cidade agrícola de Caála.


Portanto, por definir, resta apenas as duas equipas que acompanham na despromoção o Benfica do Lubango, já que o topo está quase clarificado: O Petro de Luanda com certeza que conseguirá um ponto nos dois jogos em falta e será, por isso campeão, o segundo lugar é garantidamente do D’Agosto, ao passo que o Libolo e o Santos lutam pela terceira posição.


Luciano Canhanga

quarta-feira, outubro 15, 2008

MAM-BORRÔ, AI,AI,AI...


Eu estou contigo! (ao contrário da resposta que me darias na tua música: eu não vou nessa!)
Estou contigo! foi a resposta dada pelo músico Maya Che (Maya Cool) e pelo empresário Bento Kangamba (em nome do MPLA).

O Primeiro prometeu e cumpriu dar metade do seu prémio de artista mais querido de 2008 (15mil usd= primeiro lugar). Kangamba pegou no "Cacho" e levou "pessoalmente". Há outros anónimos que também disseram Estou contigo, Mam-Borrô e com certeza outros ainda darão a mesmíssima resposta ao S.O.S.

Mam-Borrô enfrenta uma diabete na Namíbia, onde se encontra hospitalizado. A família e os amigos tiveram de anunciar o momento delicado que o artista enfrenta, há já algum tempo.

Digamos então, em uníssono:
- Mam-Borrô, ai,ai,ai...
- Eu estou contigo

Conta nº 28673753, no Banco BIC


Luciano Canhanga

quarta-feira, outubro 01, 2008

FILOSOFANDO



TODA A LISURA TEM SEMPRE UMA IMPERFEIÇÃO

Se não é de concepção é de percepção!



Luciano Canhanga