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segunda-feira, novembro 25, 2013

ELISAL "ESTORVA" OU NÂO O GOVERNO DE LUANDA?

Gostaria de entender por que razão algumas empresas públicas andam em rota de colisão contra os esforços de congéneres e do próprio Governo.
Homens ao serviço da Elisal que (des)cuidam da limpeza no bairro Vila Nova, Viana, começaram por levar o lancil da recém-asfaltada rua que conduz as águas pluviais à "Lagoa da Comarca". Como se não bastasse, agora é a camada betuminosa que começaram por raspar.
Isso não é agir contra o próprio Governo de Luanda?

quarta-feira, novembro 20, 2013

"PEIXE PREGUIÇOSO" EM PORTO ALEXANDRE

Vi, em tempos,  numa reportagem televisiva imagens de instalações abandonadas e inundadas de areia, sem alma humana naquelas paragens ricas em recursos piscatórios e que em tempos idos proporcionou avultadas somas de dinheiro ao governo colonial português e alimento para muitos lares.
Lembro-me ainda das caixas de peixe seco procedentes do Porto Alexandre, bem como da farinha de peixe e enlatados…
As imagens que pude ver são sombrias e aqueles que conhecem e ou se deslocam àquele lugar, contam episódios inimagináveis sobre o abandono em que as infra-estruturas foram votadas pelo deixa andar de quem governa.
Oiço frequentemente na media relatos sobre saltimbancos, assassinos cruéis, pilha-galinhas incorrigíveis e outros que passam a vida a evadir-se de cadeias. Na ausência de voluntários, por que não levar estes anti-sociais ao Porto Alexandre para reabilitar e habitar as instalações piscatórias, fazendo da actividade o seu castigo e ganha-pão?
Já assim foi na época doutra senhora.
A China que é o país com a maior população prisional não os tem aí a engordar sem nada fazer. Alguns dos nossos malfeitores preferem a cadeia ao trabalho livre e assalariado, porque as instalações penitenciarias converteram-se em campos de retiro. Sem trabalho, sem punição pelas faltas cometidas, tirando uma surra aqui e outra acolá que vêm escapando pela net.
Há polícias e militares também mal comportados. Esses seriam os guardas dos civis em cumprimento de pena.
Alguém dá corpo à ideia?
Senhores empresários! Será que a pesca não rende?
Invistam cá vosso/nosso dinheiro e permitamos que o prato angolano seja mais barato para além de poder corrigir os lúmpenos, dando-lhes trabalho e profissões. Vamos ajudar pessoas a sair da pobreza extrema.

segunda-feira, novembro 11, 2013

RUAS PERIFÉRICAS DE SAURIMO RECEBEM ASFALTO

 Andei um pouco pela periferia de Saurimo e vi, com agrado, que algumas ruas foram ou estão a ser asfaltadas.
O asfalto é incentivo ao investimento e este (investimento) traz consigo o desenvolvimento.

Não tarda, aqueles casebres com quintais de chapas e aduelas serão trocados por construções em betão. Surgirão grandes casas, lojas, cantinas, serviços, etc. Assim se fizeram muitas das nossas actuais cidades.
Viva o asfalto.

Espero que os beneficiários saibam cuidar das ruas alcatroadas, não deitando água nem objectos que as danifiquem, e que a administração não permita que as areias invadam o asfalto. É preciso também uma fiscalização eficaz, pois há trechos onde já se notam poças d´água, o que no meu ver de leigo indicia ausência de escoamento.
 
Ainda sobre circulação nas ruas da capital da Lunda Sul, sugiro que se coloque uma linha contínua no trecho entre a rotunda do Cikumina às bombas da Pumangol, visto que os automobilistas saídos da cidade (em direcção ao `Cikumina-Dundo) não se dão ao trabalho de ir contornar a rotunda para abastecer as suas viaturas, provocando, com as suas manobras, congestionamento no trecho, que já é estreito, e  eminente perigo. Acho que não custará nada.
 

 VIVA O ASFALTO, A SEGURANÇA E O DESENVOLVIMENTO!

segunda-feira, novembro 04, 2013

"DIVAGANDO" SOBRE EDUCAÇÃO EM ANGOLA

Quando estudei a 5ª e 6ª classes, na escola preparatória Kwame Nkrumah, em Kalulo, os meus professores do II nível tinham apenas a 8ªclasse mas eram bons. Sabiam o que transmitiam e faziam-no com convicção. Sentíamos que nos transmitiam coisas novas e as retínhamos como úteis ao nosso desenvolvimento intelectual. Fazíamos desafios entre colegas e assim alguns se destacavam entre os demais…
Com esse mesmo espírito e vocação, já a fazer a 7ª classe, na escola Ngola Mbandi, em Luanda, eu dava aulas de superação às minhas sobrinhas Marisa Raquel e Claudeth F. Bandeira. Dizem que minhas aulas eram tão boas que as vizinhas e amigas da minha prima Teresinha (Mª de F. Ferreira Bandeira ) decidiram também levar seus filhos à explicação. Tempo depois, o quintal dela, na rua 10 da Comissão do Rangel, tornou-se pequeno.
Com o andar do tempo, , abri um pequeno negócio no meu quintal (Comité Njinga. Rangel). Os meus sobrinhos (juntou-se o Ary às duas meninas), todos sao hoje senhores, não pagavam e tinham o estatuto de "bolseiros". Os demais faziam pagamentos simbólicos no final do mês, o que me permitia comprar o giz e o meu material escolar.
É triste que hoje um individuo com o ensino médio concluído tenha metade ou mesmo um quarto dos conhecimentos científicos e cultura geral que alguns de nos tínhamos com a sexta classe em 1988.
Onde reside o problema?
Eis o que dizem os meus amigos do face book sobre o assunto:
Eduardo Cussendala: No sistema de ensino, eu até hoje não entendo como é que um indivíduo que escreve casa com Z chegou à faculdade. E, pior, é finalista.
Conheço pessoas que não sabem quanto é 10% de 100, mas têm o médio concluído…
Sebastião Neto: O nosso sistema de ensino deixa muito a desejar. Queremos erradicar o analfabetismo às pressas.
Gustavo Silva: Conheço licenciados que redigem textos medíocres. Têm uma caligrafia sofrível. Falam num “linguajar” que atropela as normas básicas da língua veicular. Mal sabem redigir uma carta a solicitar candidatura para um emprego. Para eles, não interessa que se saiba ou não, que haja conhecimento, ciência. O importante é que os familiares, amigos e arredores fiquem a saber que há diploma na área.
Sebastião António Santos: Eu conheço alguém que se diz licenciado e ainda escreve cabeça com dois SS (cabessa). Em vez do Ç na palavra Gonçalves, escreve Gonsalves. E há muito ainda sobre gramática ou ortografia.
Victorino Tchikunda: Caro Luciano, sabes que andamos nestas coisas de docência há já largos anos. Tendo em conta a tua “divagação” pela educação, apraz-me escrever o seguinte: no tempo em que estudávamos e os nossos professores tinham pouco nível académico, mas eram sábios e dedicados, não existia muita alienação, muita televisão e muita diversão. Hoje por hoje, “paga-se para passar e não estudam para aprender". O resultado esta aí à vista de todos. Alunos universitários com dificuldades em escrever e falar correctamente, dificuldade em abordar com propriedade assuntos estudados na universidade... Junta-se a isto a falta de leitura. Gosta-se mais de novela e outras coisas imediatas.
Emilio José Victoriano: Ausência da trindade: pais, aluno e professor! Hoje, os pais já não se preocupam com o aproveitamento e o comportamento dos filhos, indo de quando em vez à escola onde o filho estuda e conversar com seus professores. Normalmente, só vão à escola no final de cada trimestre para verem os resultados. Outros ainda ligam para os professores ou vão ao encontro desses para negociarem as notas dos filhos. Desse modo, o que se espera dos futuros ' quadros''?
 Octávia Rosa Linda:  Lembro-me, com saudades, que também dei aulas no quintal da avo Filipa e tinha muitos alunos. Pagavam cada Kz 50 e ganhei muito respeito dos miúdos que hoje são jovens, adulto e uns até já pais de família que às vezes pedem que volte a dar aulas. Acho que a reforma (educativa) não está a ajuda em nada. Há crianças na quarta classe que não sabem ler.
Carlos Canda:  A valorização do estudo, na sua verdadeira essência, está ser ofuscada pelo fenómeno “dar gasosa para transitar de classe”, porque o mais importante hoje é mostrar o diploma. Há doutores sem que os mesmos tenham dado “o litro” para tal graduação. As consequências do fenómeno corrupção no ensino estão à vista. Ai, que saudades dos anos 80?!
Irlanda Salongue: É que há professores actuais que só dão aulas por dinheiro. Leccionam cadeiras ou disciplinas para as quais não possuem habilidades e conhecimentos. O quê que se espera?
Francisco Jacucha: Eu lembro aqui declarações de um padre dizendo que “desde que se fez o acordo com o governo as escolas católicas começaram a fechar as portas”. É triste mas é real. É aí onde devemos reflectir sobre o ensino hoje. Estou preocupado porque tenho filhos que estão a estudar nesse tempo, todos sabem, todos dizem que o ensino está mal, mas disso não passamos. Ainda tive a felicidade de aprender com esses professores, sobretudo vocacionados para o ensino. É um prazer ensinar...
Victoria Ferreira: Cultivar o hábito de leitura desde a base é muito importante e isso começa na família, em casa! Luciano Canhanga, desde pequena a minha mãe comprava livros com gravuras bonitas e muito coloridas. Depois comecei a frequentar a feira do livro, aí onde é hoje o Parque Heróis de Chaves, na cidade alta. Comprava os livros da Heidi e outras colecções de livros infantis. As revistas aos quadradinhos ajudaram-me muito: o tio Patinhas, a Mónica e outros. É claro que nem sempre havia dinheiro para comprá-los, por isso fazia troca com os meus colegas da escola. Nos livros de aventura, policiais e dramas vivi grandes emoções, às vezes, mesmo na escuridão, quando não havia energia, fingia que estava a ler a matéria da escola… tão interessante e emocionante estava a leitura. Tive uma colega que fugia da escola para ir à Miruí, uma livraria localizada no Kinaxixi. Por outro lado, acho que os livros de leitura, naquela altura, traziam lições que despertavam um grande interesse aos alunos, assim como a forma em que o professor fazia a leitura. Os alunos mal chegavam à casa e já queriam exercitar o novo texto. Quem não tem saudades dos Textos Africanos de Expressão Portuguesa que eram destinados aos alunos da 7ª e 8ª classes? A leitura, sobretudo, ajuda na formação intelectual das pessoas, por isso deve ser cultivada ao longo das nossas vidas!